O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (29) que autorizou o Itamaraty a iniciar a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, em resposta ao "tarifaço" de Donald Trump sobre produtos brasileiros.
“Não vamos aceitar que o Brasil seja prejudicado por medidas unilaterais que atingem nossa economia e nossa indústria. Vamos agir com firmeza, mas com responsabilidade, usando todos os instrumentos legais que temos para proteger nosso país”, disse Lula.
O presidente destacou que a decisão visa forçar um canal de diálogo com Washington. “A Lei da Reciprocidade nos dá a chance de mostrar que o Brasil defende seus interesses sem perder a mão, e que está aberto à negociação, mas não à imposição de tarifas abusivas”, afirmou.
O tarifaço americano, em vigor desde 6 de agosto, elevou a tarifa média de 1,3% para 30,9% sobre quase 700 produtos brasileiros. Segundo Lula, a medida dos EUA é injustificada e combina política com comércio, citando acusações de Trump sobre segurança nacional, economia, liberdade de expressão e atuação do STF.
O presidente explicou que o processo brasileiro pode durar até sete meses, passando por análise da Câmara de Comércio Exterior (Camex), consultas públicas e deliberação final sobre contramedidas, que podem incluir restrições a importações, investimentos e direitos de propriedade intelectual.
“Nosso objetivo é proteger a economia, o emprego e o agronegócio brasileiro. Não estamos buscando confronto, mas não vamos aceitar que interesses estrangeiros prejudiquem nosso país”, reforçou Lula.
Especialistas alertam que a retaliação americana pode aumentar a tensão, com risco de tarifas ainda mais altas e impactos diretos sobre indústria e agronegócio, já em crise. Lula, no entanto, reafirma: “O Brasil tem instrumentos para se defender e continuará atuando com firmeza na defesa de seus interesses nacionais”.
O anúncio ocorre em meio a um cenário de crescente instabilidade econômica e política, quando o governo busca equilibrar proteção comercial e manutenção de canais diplomáticos com os Estados Unidos.
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*Com informações Gazeta do Povo
