Quarta, 03 de Setembro de 2025
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Alcolumbre desafia Tarcísio e prepara anistia que exclui Bolsonaro em plena pressão do Centrão

Senado articula texto alternativo para reduzir penas de participantes secundários do 8 de Janeiro, enquanto aliados do ex-presidente aumentam a cobrança na Câmara

03/09/2025 às 12h08
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), decidiu enfrentar a crescente pressão de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao avançar com um projeto de anistia que deixa o ex-presidente fora da lista de beneficiados. A iniciativa, considerada estratégica, busca reduzir penas apenas para os participantes considerados secundários nos atos de 8 de Janeiro, preservando punições rigorosas para os supostos líderes da trama golpista.

Enquanto Alcolumbre articula no Senado, o Centrão, impulsionado por Tarcísio, pressiona a Câmara para aprovar uma anistia ampla que inclua Bolsonaro. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou o aumento da pressão de líderes partidários: “Os líderes estão pedindo, estamos avaliando e ainda precisamos conversar mais”, disse, sinalizando a possibilidade de o tema avançar em plenário.

A disputa revela uma clara tensão entre dois cenários políticos: o Senado, buscando um equilíbrio legal e político, e a Câmara, onde aliados do ex-presidente tentam aprovar uma anistia irrestrita. Entre os bolsonaristas, a reação é imediata. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que tentará “segurar” a proposta de Alcolumbre, enquanto Rogério Marinho (PL-RN) defendeu que a anistia seja ampla e irrestrita, incluindo todos os envolvidos, sem exceção.

O projeto alternativo também prevê que, em casos de coincidência entre os crimes de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, a condenação seja feita por apenas um deles, evitando penas duplas. Para Alcolumbre, trata-se de garantir justiça proporcional, sem blindar figuras centrais, como Bolsonaro e seus aliados, que atualmente respondem a processos no Supremo Tribunal Federal.

Especialistas e políticos alertam que o embate pode gerar repercussão nacional, aumentando a polarização política e questionando a estabilidade do processo democrático no país, em um momento em que o julgamento histórico do ex-presidente no STF ainda está em andamento.

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*Com informações Metrópoles

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