O sonho dos passageiros de Campo Grande de viajar em ônibus climatizados sofreu um revés nesta quinta-feira (4). A Câmara Municipal manteve o veto ao projeto “Ar no Busão”, que obrigava a instalação de ar-condicionado nos novos veículos do Consórcio Guaicurus. Apesar do apoio quase unânime à proposta em primeira votação, apenas seis vereadores se posicionaram contra a manutenção do veto, número muito aquém dos 15 necessários para aprovar a lei.
A Prefeitura alegou “vício de iniciativa” e risco ao equilíbrio financeiro do contrato com a empresa de transporte, abrindo caminho para que a concessionária continue rodando ônibus antigos sem ar-condicionado, frustrando milhares de usuários diariamente.
Entre os poucos parlamentares que defenderam a continuidade do projeto estavam Landmark Rios (PT), Luiza Ribeiro (PT), Jean Ferreira (PT), Coringa (MDB), Dr. Lívio (União Brasil) e Maicon Nogueira (PP). Outros, como Wilson Lands (PL), declararam apoio, mas não puderam votar, enquanto cinco vereadores estavam ausentes, incluindo a relatora da CPI do Consórcio, Ana Portela (PL), e o presidente da Câmara, Papy (PSDB).
“Agora a concessionária pode ficar tranquila e colocar quase 200 ônibus velhos para rodar sem ar-condicionado. É um retrocesso para a população”, criticou Luiza Ribeiro, lamentando o que chamou de descaso com os usuários. Ela reforçou ainda que a CPI do Consórcio não termina com o relatório: “O efeito político, econômico e jurídico do que foi apurado vai repercutir, e esperamos que traga mudanças reais”.
A decisão evidencia o distanciamento de parte dos vereadores da realidade do transporte público, permitindo que interesses administrativos e da concessionária prevaleçam sobre o conforto e a saúde dos passageiros.
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*Com informações OSM