O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disparou nesta segunda-feira (8) contra o que chamou de “chantagem” do governo Donald Trump durante videoconferência com líderes do Brics. Em reunião de 1h30, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil não são apenas medidas comerciais, mas instrumentos para pressionar o país e interferir em sua política interna, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Sanções extraterritoriais e chantagens tarifárias não podem se tornar norma. O unilateralismo busca dividir para conquistar, mas jamais conduzirá à paz, justiça e prosperidade”, disse Lula, ressaltando que o Brics representa a defesa do multilateralismo e a força do Sul Global para criar um novo paradigma de desenvolvimento, capaz de refutar uma nova Guerra Fria.
O presidente criticou ainda a politização do terrorismo, citando conflitos no Oriente Médio e a guerra da Rússia contra a Ucrânia, e destacou a necessidade de diferenciação entre crimes internacionais e políticas de segurança doméstica. “Terrorismo não está ligado a religião ou nacionalidade e não pode justificar intervenções à margem do direito internacional”, declarou.
Lula também voltou a defender a regulamentação das redes sociais, alertando que “sem soberania digital, seremos vulneráveis à manipulação estrangeira”, e propôs a criação de um Conselho de Mudança do Clima da ONU, além do Fundo Florestas Tropicais, a ser lançado na COP30, em Belém, para fortalecer a cooperação ambiental internacional.
O encontro contou com líderes da China, Rússia, África do Sul, Índia, Indonésia, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes, consolidando o Brics como um bloco capaz de desafiar políticas unilaterais e ampliar a influência do Sul Global no cenário internacional.
A postura enfática de Lula evidencia a disposição do Brasil em liderar uma frente global que se contraponha às pressões dos Estados Unidos e reafirma a importância de alianças estratégicas para proteger a soberania nacional e projetar o país como ator-chave no comércio e na política mundial.
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*Com informações R7