A obsessão do governo e do Congresso em torno da anistia transformou-se no epicentro da crise política em Brasília, deixando de lado projetos que impactam diretamente a economia do país. Entre as propostas paradas estão a mudança na aposentadoria dos militares, a regulamentação da reforma tributária e até mesmo a prometida ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil.
O jogo político ficou ainda mais embolado com a saída do União Brasil e do PP da base governista. Embora ministros como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) possam deixar os cargos, os postos estratégicos do segundo escalão, indicados por Arthur Lira (PP-AL) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), devem permanecer intocados. A manobra permite que os partidos sigam apoiando a anistia sem romper de vez com o Planalto.
Enquanto isso, a segunda etapa da reforma tributária, que trata das regras do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), só voltou a tramitar mais de um ano depois de ser votada pela Câmara. O texto do relator, Eduardo Braga (MDB-AM), tem previsão de análise na CCJ do Senado para 17 de setembro.
Outro ponto travado é a promessa de isenção no Imposto de Renda, que ainda não saiu do papel. Apesar do requerimento de urgência aprovado em agosto, não há data para votação. O entrave está na forma de compensar a renúncia fiscal, especialmente pela resistência à taxação dos super-ricos, prevista em até 10% para rendas acima de R$ 50 mil por mês.
Na prática, a disputa pela anistia transformou-se em uma cortina de fumaça que mantém o Congresso paralisado e fragiliza a já desgastada agenda econômica do governo Lula.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações Metrópoles
