O PL enfrenta uma crise interna que ameaça abalar a base da direita. Após a condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por suposta trama golpista, o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, move suas peças com um objetivo claro: preservar o legado do ex-presidente, garantir o controle do partido e impulsionar a aprovação da anistia como saída política.
Enquanto Valdemar busca reposicionar o PL mais próximo do centro, alinhando-se a PP, União Brasil e PSD, Eduardo Bolsonaro — líder da ala mais radical — já sinalizou que poderá deixar o partido caso Tarcísio de Freitas se filie, enxergando na entrada do governador uma ameaça direta à liderança da família Bolsonaro dentro da legenda. O clima é de tensão, e as decisões de Valdemar são interpretadas por alguns como um “jogo de pacificação” com um olho no futuro eleitoral e outro nas alianças estratégicas.
Em público, o presidente do PL tenta equilibrar pragmatismo e fidelidade ao ex-presidente. Ele minimizou o episódio do 8 de janeiro, chamando os atos de “baderna de pés-de-chinelo”, e reafirmou confiança nas urnas eletrônicas, ainda que tenha endossado reforços para sua segurança. Valdemar trata Bolsonaro como referência histórica da direita, comparando seu papel ao de Che Guevara para a esquerda, enquanto mantém o partido mobilizado para garantir a anistia e fortalecer sua posição institucional.
O impasse entre a ala radical e o núcleo centrista cria um dilema explosivo: se Eduardo Bolsonaro deixar o PL, a legenda perde a influência da família mais popular da direita, mas ganha flexibilidade para construir alianças e fortalecer Tarcísio ou outro nome para 2026. Caso o deputado permaneça, Valdemar terá de negociar constantemente, equilibrando demandas de lealdade bolsonarista e pragmatismo político.
Analistas alertam que a batalha interna no PL é apenas o primeiro teste real do poder de Valdemar Costa Neto. O futuro do partido — e possivelmente o da direita nas eleições de 2026 — dependerá da capacidade do cacique em controlar um tabuleiro onde legado, ambição e estratégia colidem de forma explosiva.
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*Com informações Gazeta do Povo