O relator do projeto de anistia aos condenados do 8 de Janeiro, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), se tornou alvo de ataques públicos da bancada do PL nesta terça-feira (23), em reunião marcada por tensão e ameaças de racha no Congresso. A divergência central é a proposta de Paulinho de criar um “PL da Dosimetria”, reduzindo penas em vez de conceder anistia irrestrita, conforme exigem os bolsonaristas.
O clima foi explosivo. Deputados do PL acusaram Paulinho de favorecer a esquerda e ceder a pressões do ministro Alexandre de Moraes. Delegado Caveira (PL-PA) classificou o relatório como “uma colcha de retalhos” e atacou diretamente Michel Temer e Aécio Neves, com quem o relator se reuniu para debater o projeto: “Temer é vampiro, e todo mundo conhece a fama de Aécio”.
Bia Kicis (PL-DF) chamou o episódio de “patético” e disse que a solução para os presos deveria ser decidida apenas pelos deputados que apoiam a anistia, enquanto Julia Zanatta (PL-SC) criticou Paulinho por se reunir com ex-presidentes em vez de visitar os detentos. Coronel Chrisóstomo (PL-RO) reforçou a exigência de perdão total: “Não tem meio perdão. Quem cometeu mais crime não pode ter menos e vice-versa”. Rodrigo da Zaeli (PL-MT) defendeu ainda que os presos do 8 de Janeiro “não cometeram crime algum”.
O confronto expõe fissuras internas no Congresso e sinaliza uma possível divisão entre parlamentares favoráveis à anistia ampla e aqueles que aceitam apenas a redução de penas. Ao final, o líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pediu desculpas ao relator, que afirmou buscar um texto de consenso com todas as bancadas, incluindo MDB e Republicanos, mas destacou que ainda não há proposta final.
O embate marca o início de uma disputa intensa que pode influenciar diretamente o destino do projeto de anistia e acirrar a tensão entre bolsonaristas e demais partidos na Câmara.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações CNN