O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca ampliar o escopo das negociações com Donald Trump, nos Estados Unidos, incluindo reversão das sanções impostas ao ministro do STF Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky e a retomada dos vistos de autoridades do Executivo e Judiciário brasileiros, suspensos por Washington.
Fontes do Planalto e do Itamaraty apontam que limitar a conversa apenas a tarifas comerciais não é suficiente. Desde 23 de setembro, quando Trump anunciou publicamente a possibilidade de encontro, os dois governos retomaram contatos. O chanceler Mauro Vieira passou uma semana em Nova York tratando do assunto com integrantes da administração republicana.
A expectativa é de que Lula e Trump conversem por telefone ou videoconferência ainda nesta semana, enquanto um encontro presencial ficaria para um terceiro país ou em Mar-a-Lago, na Flórida, para evitar a exposição e constrangimentos típicos do Salão Oval.
O governo brasileiro pretende colocar na mesa três pontos centrais: redução de tarifas, reversão das punições contra Moraes e cancelamento da suspensão de vistos. Especialistas em diplomacia alertam que a Casa Branca dificilmente recuará completamente, dada sua postura fortemente ideológica e pró-empresas americanas.
A inclusão de Moraes nas sanções da Lei Magnitsky, em 30 de julho, decorreu de acusações de supressão de liberdade de expressão e detenções preventivas durante o julgamento de Bolsonaro, influenciadas por Eduardo Bolsonaro e aliados de direita, com participação de Steve Bannon.
Apesar da complexidade e dos riscos de exposição pública, o primeiro contato presencial entre Lula e Trump ocorreu em 23 de setembro, durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU. O breve cumprimento foi interpretado como vitória diplomática do Brasil, reforçando a estratégia do Planalto de avançar em negociações delicadas que envolvem política interna, relações bilaterais e interesses econômicos.
O sucesso de Lula em reverter sanções e restaurar vistos representaria um avanço relevante sobre a gestão anterior, enquanto mantém a pressão para que os EUA não imponham condições ideológicas sobre a política brasileira.
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*Com informações Poder 360