Campo Grande mergulha em uma crise de saúde sem precedentes, com UPAs e hospitais do SUS lotados, pacientes aguardando dias — e em alguns casos meses — por vagas, e autoridades municipais sem qualquer plano concreto para evitar o colapso.
Mesmo destinando um terço do orçamento municipal à saúde (R$ 2,1 bilhões em 2025), a realidade do sistema público é de superlotação constante, com UTIs adultas, pediátricas e neonatais funcionando no limite. No Humap-UFMS, todos os 33 leitos de terapia intensiva e unidade coronariana estão ocupados, enquanto a Santa Casa registra mais de 80% de ocupação nos 637 leitos destinados ao SUS. No Hospital Adventista do Pênfigo, 60 leitos clínicos e de UTI contratualizados estão totalmente ocupados.
O drama humano é evidente: Dilfa Almeida, 74 anos, esperou dias na UPA Leblon após exame revelar uma massa pulmonar grave, com tosse sanguinolenta. Maria da Glória de Lima, 85 anos, aguarda há quatro dias por uma vaga após infarto, e outra idosa de 71 anos espera desde o dia 1º de outubro. Pacientes críticos se tornam reféns da burocracia e da falta de gestão, enquanto a cidade não oferece alternativas.
As UPAs Vila Almeida, Coronel Antonino, Leblon, Santa Mônica e Moreninhas estão com leitos completamente ocupados, e em outras unidades há apenas vagas mínimas. A regulação das vagas do SUS virou um cabo de guerra entre Prefeitura e Governo do Estado, deixando pacientes à deriva.
Enquanto isso, a Prefeitura mantém um comitê temporário para gerir a Secretaria de Saúde, mas não há planejamento para ampliar leitos ou reduzir filas, e a ausência de um secretário titular paralisa decisões e agrava o sofrimento da população.
Especialistas e familiares alertam: Campo Grande corre risco de um colapso total na saúde pública, e sem medidas urgentes, idosos e pacientes graves continuarão à mercê de um sistema que promete cuidado, mas entrega filas e negligência.
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*Com informações Correio do Estado