O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a endurecer o tom com o Congresso Nacional nesta quarta-feira (15). Após reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o titular da Fazenda afirmou que partes da Medida Provisória do IOF — que aumentaria a arrecadação do governo — foram deixadas de lado sem justificativa clara, mesmo havendo consenso entre Executivo e Legislativo.
“Eu nem entendi por que não foi apreciado, porque era uma coisa que todo mundo concordava”, disparou Haddad, referindo-se aos trechos considerados “incontroversos”, como os relacionados ao controle de cadastros e compensações. O ministro afirmou que voltará a discutir o tema com Alcolumbre até o fim da semana e deixou claro que o governo busca alternativas urgentes para compensar a queda de arrecadação após a perda da validade da MP.
Haddad admitiu que uma das soluções está na revisão do Orçamento de 2026, entregue ao Congresso em agosto, e que as decisões precisam “convergir para um cenário de consistência fiscal”. Segundo ele, o governo já contava com os valores da MP para equilibrar as contas públicas.
A Fazenda agora tenta reorganizar o plano orçamentário e, caso não haja acordo, a tesoura pode atingir diretamente as emendas parlamentares, fundamentais para os deputados e senadores em ano eleitoral. “Existem medidas colocadas na mesa, e o corte de emendas é uma delas”, antecipou o ministro. O corte, segundo ele, poderia ultrapassar R$ 7 bilhões, o que tende a elevar a tensão entre Planalto e Congresso.
A votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que definiria os parâmetros do orçamento do próximo ano, foi adiada a pedido de Haddad. O texto deve voltar à pauta na próxima terça-feira (21). O ministro justificou o atraso afirmando que “é melhor perder uma semana do que perder a consistência fiscal”.
Com o impasse no IOF, o cerco político e econômico se fecha sobre Haddad. O ministro tenta evitar um novo rombo nas contas públicas, mas enfrenta resistência de parlamentares que, às vésperas das eleições de 2026, não querem abrir mão de suas emendas — e tampouco de seu poder sobre o Orçamento.
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*Com informações Metrópoles