O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um verdadeiro bombardeio do Tribunal de Contas da União (TCU), com revelações que expõem fragilidades e irregularidades na gestão de recursos públicos. Nos últimos meses, auditorias detalharam uma série de gastos suspeitos, contratos polêmicos e privilégios de membros do Executivo, aumentando o desgaste político do Planalto às vésperas das eleições de 2026.
Segundo relatório do TCU, de janeiro de 2023 a abril de 2025, foram gastos R$ 55,5 milhões em cartões corporativos da Presidência mantidos sob sigilo, o que representa 99,55% das despesas. Na Vice-Presidência, R$ 362,2 mil dos R$ 393,9 mil gastos também ficaram ocultos. A Corte deu 120 dias para apresentação de um plano detalhado de correções, apontando descumprimento reiterado de determinações anteriores sobre transparência.
Além disso, parlamentares da oposição acionaram o TCU para fiscalizar casos que beiram o absurdo:
R$ 4,5 bilhões em despesas de viagens com aumento de 213% em diárias e passagens, apontadas pelo deputado Rodrigo da Zaeli (PL-MT);
Contratação de escritório americano pela Advocacia-Geral da União para defender Alexandre de Moraes em processos internacionais, contestada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG);
Contrato de R$ 3,27 milhões da Caixa com o escritor Eduardo Bueno, que debochou da morte do ativista americano Charlie Kirk, denunciado por Gustavo Gayer (PL-GO);
Sobrepreço em contratos relacionados à COP30, conferência do clima da ONU em Belém.
O TCU também aponta falhas graves em programas sociais: Mais Médicos, Bolsa Família e benefícios fiscais de empresas, além de alertas sobre a necessidade de fiscalização no programa federal “Lei do Bem”, que concede incentivos para pesquisa e tecnologia.
Para especialistas, a questão vai além do técnico. “O problema não é auditar, mas expor gastos simbólicos que envolvem a primeira-dama e viagens de luxo”, diz Arthur Wittenberg, professor do Ibmec-DF. “Cada relatório reforça a ideia de descontrole e má gestão, mesmo com valores que parecem pequenos diante da narrativa de transparência do governo.”
Em um ano pré-eleitoral, cada cifra e cada contrato polêmico do TCU tem peso político: cortes de R$ 30 bilhões para atingir a meta fiscal, sigilo em cartões corporativos e falhas em programas sociais tornam-se munição para adversários e desgaste público, abrindo espaço para questionamentos sobre a capacidade do Planalto de gerir o dinheiro do povo com responsabilidade.
O cenário coloca Lula sob pressão: abrir os dados e ganhar credibilidade ou resistir e alimentar a desconfiança, enquanto a oposição usa o TCU como ferramenta estratégica para minar a reeleição do presidente.
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*Com informaçoes Gazeta do Povo