Segunda, 20 de Outubro de 2025

Desembargador afastado recebe R$ 1,6 milhão em supersalários antes de se aposentar

Sideni Soncini Pimentel, investigado por corrupção e venda de sentença, embolsou altos valores mesmo proibido de frequentar o TJMS

20/10/2025 às 12h19
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O desembargador Sideni Soncini Pimentel, 73 anos, afastado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) em outubro do ano passado durante a Operação Última Ratio, recebeu R$ 1,614 milhão em salários e gratificações nos últimos 12 meses, mesmo estando proibido de frequentar a corte por decisão do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na última quarta-feira (15), ele se aposentou por tempo de serviço, garantindo vencimentos integrais e paridade.

De acordo com o Portal da Transparência do TJMS, o magistrado teve salário médio de R$ 134,5 mil, além de R$ 693 mil em verba indenizatória, livre de Imposto de Renda e previdência, e R$ 57,7 mil de adicional por tempo de serviço. Valores que caíram “limpinhos” em sua conta enquanto permanecia afastado. Para efeito de comparação, o subsídio que ele passará a receber como aposentado, R$ 41.845,49 mensais, equivale a 27 salários mínimos – valor que um trabalhador comum levaria mais de dois anos para acumular.

Pimentel é alvo de investigação da Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e venda de sentença, em conjunto com seus filhos, os advogados Renata Gonçalves Pimentel e Rodrigo Gonçalves Pimentel. O afastamento do desembargador impediu que ele encerrasse a carreira como presidente do TJMS, cargo ao qual havia sido eleito em setembro do ano passado.

Além de Sideni, outros três desembargadores – Alexandre Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues e Vladimir Abreu da Silva – continuam afastados desde outubro de 2024. O afastamento do quarteto foi prorrogado por ministros do STF e do Conselho Nacional de Justiça, reforçando a gravidade das investigações.

O episódio levanta críticas sobre o pagamento de altos valores a magistrados afastados, enquanto a população comum enfrenta dificuldades financeiras e salários muito inferiores.

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*Com informações O Jacaré

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