O governo Luiz Inácio Lula da Silva deu mais um passo em sua estratégia para conquistar a classe média em plena corrida para 2026 com o programa Reforma Casa Brasil, que disponibiliza R$ 40 bilhões em crédito facilitado para reformas em imóveis. O programa tem como foco moradores de grandes cidades com renda a partir de R$ 3,2 mil, beneficiando diretamente famílias que historicamente resistem ao PT.
A medida integra o chamado “kit reeleição”, projetado para atrair votos da classe média por meio de incentivos financeiros e facilidades de crédito. O pacote complementa o novo modelo de financiamento imobiliário lançado recentemente, que amplia em 50% o valor máximo de imóveis financiáveis, de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, e destina R$ 20 bilhões para compra de 80 mil moradias até o fim de 2026.
Para críticos, a iniciativa é uma manobra eleitoral explícita, que promete impulsos imediatos na economia e no consumo, mas ameaça a saúde fiscal do país: o próximo governo poderá enfrentar um “pouso forçado” em 2027, com cortes drásticos de gastos ou abandono do arcabouço fiscal.
No lançamento, Lula fez duras críticas ao empresariado e ao sistema financeiro, acusando-os de desinteresse no crédito imobiliário de juros baixos: “Um dos papéis mais importantes do Estado é olhar para aquelas pessoas que o mercado não tem interesse de olhar. Eles têm mais de R$ 500 bilhões em desonerações e isenções fiscais e não querem baixar 1% disso. Eu quero que os banqueiros ganhem dinheiro, mas não preciso que extorquem o povo.”
O Reforma Casa Brasil permitirá financiar materiais, mão de obra e serviços técnicos, com contratação digital e parcelas limitadas a 25% da renda familiar. Cada família poderá ter apenas um contrato ativo, com prazo de até 60 meses para renda de até R$ 9,6 mil e até 180 meses para faixas superiores.
Dos R$ 40 bilhões, R$ 30 bilhões virão do Fundo Social, com juros subsidiados para famílias de menor renda, e R$ 10 bilhões do SBPE, destinados a renda acima de R$ 9,6 mil, com taxas entre 1,17% e 1,95% ao mês.
O governo projeta que o programa alcance 1,5 milhão de imóveis, gere empregos locais e impulsione o setor da construção civil. Mas especialistas alertam que, apesar do impacto positivo imediato, o programa é um claro movimento eleitoral, que privilegia a classe média no ano que antecede as eleições, deixando o país vulnerável a um desequilíbrio fiscal iminente.
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*Com informações Gazeta do Povo