
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, insiste em manter o discurso de “credibilidade e transparência fiscal”, mas números e especialistas mostram que o governo Lula está maquiando as contas públicas para cumprir metas ilusórias. A realidade é que o arcabouço fiscal, principal instrumento do governo para controlar gastos, está “na UTI”, sustentado por manobras contábeis e exclusão de despesas do Orçamento.
Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), o governo ainda precisa de R$ 27,1 bilhões extras para atingir a meta de 2025, mesmo considerando a margem de tolerância. Para simular equilíbrio, despesas bilionárias são retiradas da conta oficial, como R$ 5 bilhões das Forças Armadas e outros R$ 9,5 bilhões destinados a socorrer empresas afetadas por tarifas dos EUA — totalizando R$ 157 bilhões em ajustes fora do Orçamento até 2026.
“É como se houvesse uma mesa posta impecavelmente, mas com uma bagunça acontecendo por baixo. A população e o mercado estão sendo enganados”, critica Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3. João Mário de França, do FGV Ibre, reforça: “O governo cria a falsa sensação de cumprimento da regra fiscal, mas o problema virá à tona em 2026”.
A incapacidade do governo de aprovar medidas para aumentar a arrecadação evidencia a fragilidade do modelo. A Medida Provisória nº 1.303, a chamada “MP da Taxação”, foi arquivada pelo Congresso, e a receita adicional projetada não será suficiente para fechar o rombo. Apesar do aumento da arrecadação em 3,5% até setembro, o déficit primário atingiu quase R$ 101 bilhões.
Estudos de Warren Investimentos projetam um déficit de R$ 96,6 bilhões em 2026, muito acima do superávit de R$ 34,3 bilhões exigido pela LDO. “A meta é inviável. O governo está apenas maquiando as contas para enganar o eleitorado”, afirmam os economistas Felipe Salto e Josué Pellegrini.
Enquanto Haddad celebra a manutenção do arcabouço fiscal, especialistas alertam que a situação é crítica e que, após as eleições de 2026, será inevitável enfrentar a verdadeira dimensão do rombo e discutir uma nova agenda de responsabilidade fiscal — seja qual for o presidente eleito.
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*Com informações Gazeta do Povo