O esporte brasileiro viveu um momento histórico neste domingo com a vitória inédita de Lucas Pinheiro Braathen, 24 anos, na prova de slalom da Copa do Mundo de Esqui Alpino, realizada em Levi, na Finlândia. É a primeira vez que um atleta competindo pelo Brasil ocupa o lugar mais alto do pódio na principal competição mundial da modalidade. A conquista quebra uma barreira simbólica e coloca o país — tradicionalmente ausente nos esportes de neve — entre as nações vencedoras de uma das competições mais técnicas e exigentes do circuito internacional.
Da Noruega ao Brasil: um talento que encontrou seu caminho
Nascido em Zurique, criado na Noruega e filho de mãe brasileira, Braathen já era visto como um dos grandes nomes emergentes do esqui alpino. Ele competiu por anos pela equipe norueguesa, onde ganhou notoriedade por sua técnica refinada e estilo agressivo nas descidas. Sua decisão de representar o Brasil em 2023 foi recebida inicialmente com surpresa, mas rapidamente ganhou apoio da comunidade internacional. A vitória deste domingo consolida esse novo capítulo da carreira.“Essa vitória é por tudo que carrego comigo. É por quem eu sou”, declarou o atleta, emocionado, logo após cruzar a linha de chegada.
Descida impecável sob pressão
Braathen dominou a primeira manga com um tempo extremamente competitivo, combinando velocidade e precisão milimétrica nas curvas fechadas. No segundo percurso, enfrentou condições mais duras, com neve mais pesada e visibilidade comprometida — mas manteve a firmeza. A descida final, onde muitos atletas perderam ritmo, foi justamente onde o brasileiro brilhou. Com postura equilibrada e condução limpa, terminou à frente de nomes tradicionais da modalidade, como Manuel Feller e Henrik Kristoffersen. O público finlandês, acostumado a ver europeus no pódio, aplaudiu de pé.
Repercussão internacional: "Um brasileiro no topo do mundo"
A vitória virou manchete em veículos esportivos europeus e norte-americanos. A rede norueguesa NRK destacou: “Braathen faz história pelo Brasil e desafia a hegemonia europeia”. Já o jornal suíço Blick descreveu o esquiador como “o atleta mais técnico de sua geração”. Com a conquista, Braathen entra oficialmente na disputa pela Copa do Mundo de Slalom nesta temporada e passa a ser tratado como candidato real ao título geral da modalidade.
Impacto no Brasil: aceleração nos esportes de inverno
A Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) afirmou que o feito de Lucas deve provocar um movimento de interesse inédito de jovens atletas.“A vitória dele é um marco. O impacto real será visto nos próximos anos, quando novas gerações começarem a enxergar o esqui como possibilidade”, disse o presidente da entidade.Empresas de equipamentos e patrocinadores também demonstraram interesse imediato após o resultado.
Projeção olímpica
Com a temporada começando e o ciclo olímpico avançando, Braathen passa a ser visto como potencial medalhista nos próximos Jogos de Inverno. Analistas apontam que, tecnicamente, ele já está entre os cinco melhores do mundo no slalom.Nos bastidores, a equipe brasileira trabalha para ampliar estrutura de treinamento e garantir suporte tecnológico de ponta — um aspecto decisivo na elite mundial do esqui.
Um feito para a história
A vitória em Levi não é apenas a conquista de um atleta, mas um símbolo do poder do esporte de abrir novas fronteiras. Lucas Braathen se torna, a partir de hoje, o nome que levou o Brasil a um lugar nunca antes alcançado nas montanhas geladas da elite internacional.
E este pode ser apenas o começo.
