Terça, 18 de Novembro de 2025

Crise BRB–Banco Master se agrava: liquidação, afastamentos e a missão de Temer expondo fragilidade política para Celina e Ibaneis.

Após a prisão do controlador do Banco Master e a liquidação da instituição pelo Banco Central, veio à tona que o ex-presidente Michel Temer foi contratado pelo banco para tentar negociar uma solução com o BC. O escândalo levou ao afastamento da cúpula do BRB, alimentou pedidos de CPI e pode ampliar o desgaste político para Celina Leão e Ibaneis Rocha no DF.

18/11/2025 às 21h34 Atualizada em 18/11/2025 às 22h06
Por: WK Notícias
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A liquidação do Banco Master e a operação da PF A operação da Polícia Federal que prendeu Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, desencadeou uma crise de grandes proporções no setor financeiro e na política do Distrito Federal. Logo após a ação, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, apontando irregularidades consideradas graves no controle, na governança e na estrutura de capital da instituição.

A medida, rara e de última instância, confirmou que o Master já vinha sob escrutínio das autoridades monetárias, que identificaram uma série de inconsistências em seus demonstrativos e operações.

Temer entra no caso: Banco Master contratou ex-presidente para tentar reverter a situação

Dias antes da liquidação, tornou-se público que o ex-presidente Michel Temer foi contratado pelo Banco Master para tentar mediar a crise junto ao Banco Central. Sua missão seria articular uma solução jurídica e institucional que evitasse a intervenção extrema que acabou ocorrendo.

Segundo fontes divulgadas na imprensa nacional, Temer atuou como consultor jurídico e político, buscando diálogo com a cúpula do BC e apresentando propostas de ajuste que, no entanto, não foram consideradas suficientes pelos reguladores. A contratação do ex-presidente elevou ainda mais o peso político do caso e demonstrou que o Master buscava uma saída de alto nível antes de sucumbir à liquidação.

Efeito dominó: afastamento do presidente do BRB e impacto institucional

Com a liquidação decretada, a crise atingiu diretamente o BRB, que negociava aquisição de carteiras do Master e ampliava sua exposição à instituição. O então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, foi afastado por decisão judicial, assim como diretores ligados às áreas de risco, auditoria e operações.

O Governo do Distrito Federal se apressou em nomear uma gestão interina para tentar conter o impacto reputacional e reforçar a mensagem de que o BRB possui capitalização suficiente e segue normas prudenciais.

Embora o BRB tenha divulgado comunicados tranquilizando o mercado, especialistas afirmam que ainda será necessário abrir todos os números da exposição financeira do banco público à instituição liquidada — especialmente operações que agora são alvo de investigação federal.

CLDF reage: oposição avança para criar CPI

A Câmara Legislativa do DF se tornou palco imediato da crise. Deputados da oposição, como hico Vigilante (PT), Fábio Félix (PSOL) e outros parlamentares, intensificaram a pressão por uma CPI do BRB, alegando necessidade de apurar:

- A tentativa de aquisição do Master;

- A exposição financeira do BRB;

- Possíveis falhas de governança interna;

- A influência política na condução da operação;

- A responsabilidade do GDF no processo.

A base do governo ainda tenta conter o avanço da CPI, mas reconhece que a liquidação do Master e a prisão de seu controlador fortaleceram o discurso oposicionista.

Valores e danos: o que já é fato e o que ainda está em apuração

Até o momento, nenhum prejuízo oficial foi divulgado pelo BRB ou pelo Banco Central, embora haja a expectativa de que auditorias revelem impactos relevantes nas operações e carteiras adquiridas.

Os fatos confirmados são:

1. O Banco Central liquidou o Master por irregularidades graves.

2. O controlador do banco foi preso em operação da PF.

3. Michel Temer foi contratado para tentar intervir junto ao BC.

4. O presidente do BRB foi afastado judicialmente.

5. A negociação entre BRB e Master existiu e era considerada estratégica pelo GDF.

Informações sobre valores bilionários circulam na imprensa, mas não foram oficializadas.

Risco político: impacto direto sobre Celina Leão e Ibaneis Rocha

Embora Ibaneis Rocha e Celina Leão não estejam citados diretamente na investigação, o caso provoca desgaste político por três motivos centrais:

1. O BRB é controlado pelo Governo do Distrito Federal - Qualquer crise envolvendo sua governança ou operações tem impacto imediato sobre a imagem do Executivo local.

2. O GDF apoiou a expansão agressiva do banco - Ibaneis e Celina defenderam publicamente o fortalecimento do BRB como instrumento de Desenvolvimento regional. A tentativa de adquirir o Master integrou essa estratégia — e agora serve de munição à oposição.

3. A CPI pode prolongar a crise até o período eleitoral - Mesmo sem imputações pessoais ao governador ou à vice, a narrativa de descontrole, falta de supervisão e exposição financeira arriscada pode se consolidar entre eleitores, especialmente numa disputa polarizada.

Conjecturas plausíveis: cenário eleitoral em risco?

Analistas políticos avaliam dois desdobramentos possíveis:

Cenário 1 — Desgaste controlado - O GDF reforça governança, se distancia da antiga diretoria do BRB e coopera com autoridades. A CPI, caso instalada, encerra sem atingir diretamente Celina ou Ibaneis.

Cenário 2 — Desgaste prolongado - Depoimentos de ex-diretores do BRB, documentos internos e auditorias podem sugerir falhas de supervisão política, criando uma narrativa desfavorável à chapa governista. A oposição já trabalha para conectar a crise ao projeto político de 2026.

Em ambos os cenários, o caso já é tema de campanha, ainda que discretamente.

Conclusão

A crise envolvendo Banco Master, BRB, Michel Temer e a ação do Banco Central inaugurou uma turbulência que extrapolou o sistema financeiro e entrou definitivamente na disputa política do Distrito Federal. O episódio é grave, tem fatos concretos já reconhecidos por órgãos oficiais e abre espaço para uma CPI que pode definir o tom da pré-campanha no DF.

O desgaste para Celina Leão e Ibaneis Rocha — ainda que indireto — é real e tende a crescer enquanto persistirem dúvidas sobre a extensão da exposição do BRB ao banco liquidado e sobre a governança da instituição pública.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários