Quinta, 25 de Dezembro de 2025

Deputados pedem afastamento de juiz da Lava Jato ao CNJ

Appio é acusado de fazer doações a Lula e usar login "LUL22" no sistema judiciário

08/03/2023 às 13h37
Por:
Compartilhe:
Deputados afirmam que Appio não é imparcial para permanecer no cargo
Deputados afirmam que Appio não é imparcial para permanecer no cargo

Um grupo de deputados federais protocolou uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedindo o afastamento do juiz Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e novo magistrado da Lava Jato.

O documento, apresentado na terça-feira (7), também solicita a instauração de um processo administrativo disciplinar.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já havia solicitado o afastamento de Appio ao CNJ na semana passada, e o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que o magistrado seja considerado suspeito para atuar nos casos da Lava Jato.

Nessa nova reclamação, os deputados afirmam que Appio não é imparcial para permanecer no cargo e citam 6 fatos que demonstrariam a sua parcialidade, como o uso do login “LUL22” para acessar o sistema de processos eletrônicos da Justiça Federal e as doações feitas por ele às campanhas do presidente Lula e da deputada estadual Ana Júlia Ribeiro, filiada ao PT.

O ex-procurador da República e ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), justificou o pedido de afastamento afirmando que o juiz “em pouco tempo já provou não ter isenção para julgar a maior operação anticorrupção do Brasil”.

Além de Dallagnol, assinam a reclamação disciplinar os deputados Adriana Ventura (Novo-SP), Alfredo Gaspar (União-AL), Kim Kataguiri (União-SP), Luiz Phillipe Bragança (PL-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Maurício Marcon (Pode-RS) e Pedro Aihara (Patriota-MG).

O documento também alega que Appio “descumpriu com os seus deveres funcionais”, ao fazer declarações em uma entrevista que “ferem o decoro e os preceitos éticos aplicáveis à magistratura”.

Appio criticou a condução dos trabalhos pelos antigos membros Lava Jato, como o ex-juiz e senador Sergio Moro e Dallagnol, utilizando expressões como “comédia pastelão” e “império punitivista”.

Appio nega ter feito as doações citadas e afirma que o uso do login “LUL22” não tem relação com o ex-presidente Lula.

Sobre ter sido ouvido como testemunha em ação penal da Lava Jato, Appio afirma ter sido punido com censura pelo TRF4 e, portanto, não pode julgar casos relacionados.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários