O deputado estadual João Henrique Catan (PL-MS) se tornou alvo acusações falsas de alguns sites de notícias, onde veicularam que o parlamentar teria exaltado um livro do nazista Adolf Hitler em discurso na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).
Porém, a história não passa de fake news, já que ele mencionou o livro Mein Kempf — mas não exaltou seu conteúdo. Pelo contrário, disse que as ideias expostas na obra jamais deveriam ser seguidas, na tribuna da Alems.
Em virtude da repercussão do assunto, Catan sofreu ofensas e pressões políticas. O deputado estadual Leonel Radde (PT-RS), por exemplo, acionou o Ministério Público Federal (MPF) contra o parlamentar sul-mato-grossense.
Os veículos que pulicaram as ofensas contra o parlamentar ainda não se retrataram, segundo a Oeste — o que provocou descontentamento em Catan.
“A mesma imprensa que divulgou fake news sobre esse episódio tentou encontrar, durante os últimos quatro anos, fake news divulgadas pelo público de direita”, disse o parlamentar, em entrevista a Oeste. “A imprensa prejudicou de maneira severa a minha imagem.”
Catan também rechaçou o nazismo, explicou o contexto do discurso na Casa de Leis.
"Dezesseis políticos da Assembleia de Mato Grosso do Sul votaram contra meu requerimento que cobrava informações do Estado. Em menos de 30 dias, o governo nomeou 2,5 mil pessoas. E aprovou um projeto de lei para conseguir contratar mais 500 cidadãos. Meu objetivo é saber quem são os funcionários, como trabalham e quanto ganham. Gostaria de saber o impacto financeiro dessas contratações para o Estado. Isso deveria ser o básico. Em meu discurso, afirmei: “Olha, o governador está impedindo o parlamentar de trabalhar. Ele está jogando fogo nas funções institucionais do Parlamento”. Não precisaram nem jogar fogo de fato no Parlamento, como fizeram os nazistas. Depois da vitória dos Aliados, quem recolocou a Alemanha nos eixos e alçou o país a voos mais altos foi exatamente o Parlamento. São políticos eleitos no regime parlamentarista que reergueram a Alemanha. É com esse livro que quero dizer ao parlamentares que, talvez, eles estejam renunciando ao seu papel", esse foi o discurso de Catan, que tiraram de contexto.
O parlamentar disse que já notificou ao menos 50 sites que veicularam a fake news e ajuizou ações de indenização.Concluiu dizendo que alguns estão apagando a matéria sem fazer a retratação e pedido de desculpas.
Sobre o deputado estadual Leonel Radde (PT-RS), que acionou o MPF, ele disse que o mesmo "precisa estudar, porque o Ministério Público Federal não tem competência para processar deputado estadual. O objetivo desses parlamentares e dos advogados do Grupo Prerrogativas é transformar o MPF e o Supremo Tribunal Federal em órgãos de exceção. Isso é proibido pela Carta Magna. No Brasil, ainda há o devido processo legal. Falta conhecimento jurídico, gramatical e contextual ao deputado petista".
E, concluiu: "Tenho ojeriza, ódio" em relação ao nazismo.