Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a realizar uma viagem à China acompanhado por uma comitiva de cerca de 240 empresários convidados pelo Itamaraty.
Entre os participantes, destacam-se os irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F, que foram escalados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Os irmãos Batista foram presos em 2017 e foram responsáveis por acusações que atingiram o ex-presidente Michel Temer e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
Joesley entregou gravações de uma conversa com Temer sobre uma suposta compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, além de documentos com detalhes de pagamentos de caixa 2 para diversos partidos.
A comitiva também contará com a presença de Kleverson Scheffer, filho de Erai Maggi, líderes da Marfrig e Bayer, representantes de diversas entidades do agronegócio e pelo menos 20 parlamentares. As despesas serão pagas com verbas públicas do Parlamento.
A viagem oficial de Lula está programada para ocorrer entre os dias 26 e 31 de março, com um encontro marcado com autoridades chinesas e com o líder do país, Xi Jinping, no dia 28 e um seminário empresarial no dia 29.
Entenda o caso dos Irmãos Batista
Em 2017, ambos foram investigados pelo uso de informação privilegiada (insider trading) em transações no mercado financeiro entre 24 de abril e 17 de maio daquele ano.
No período, foram divulgadas informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República e a gravação de conversas entre Joesley e o presidente da República, Michel Temer (PMDB)
A investigação apurou dois eventos:
Os pedidos de prisão se deram numa segunda fase das investigações.
Em junho de 2017, a Polícia Federal já havia feito buscas e apreensões e ouvido pessoas que foram alvos de condução coercitiva. Segundo a Polícia Federal, o material trouxe elementos de prova que indicaram o cometimento de crimes e apontaram autoria aos dois dirigentes.
Os irmãos foram responsabilizados pelo crime de uso indevido de informação privilegiada.