Sábado, 13 de Setembro de 2025

Irmãos Batista acompanham Lula em viagem à China

Wesley e Joesley Batista do Grupo J&F foram presos em 2017

20/03/2023 às 08h29 Atualizada em 20/03/2023 às 13h14
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Os irmãos cometeram o crime de uso indevido de informação privilegiada
Os irmãos cometeram o crime de uso indevido de informação privilegiada

Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a realizar uma viagem à China acompanhado por uma comitiva de cerca de 240 empresários convidados pelo Itamaraty.

Entre os participantes, destacam-se os irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F, que foram escalados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Os irmãos Batista foram presos em 2017 e foram responsáveis por acusações que atingiram o ex-presidente Michel Temer e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG).

Joesley entregou gravações de uma conversa com Temer sobre uma suposta compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, além de documentos com detalhes de pagamentos de caixa 2 para diversos partidos.

A comitiva também contará com a presença de Kleverson Scheffer, filho de Erai Maggi, líderes da Marfrig e Bayer, representantes de diversas entidades do agronegócio e pelo menos 20 parlamentares. As despesas serão pagas com verbas públicas do Parlamento.

A viagem oficial de Lula está programada para ocorrer entre os dias 26 e 31 de março, com um encontro marcado com autoridades chinesas e com o líder do país, Xi Jinping, no dia 28 e um seminário empresarial no dia 29.

Entenda o caso dos Irmãos Batista

Em 2017, ambos foram investigados pelo uso de informação privilegiada (insider trading) em transações no mercado financeiro entre 24 de abril e 17 de maio daquele ano.

No período, foram divulgadas informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República e a gravação de conversas entre Joesley e o presidente da República, Michel Temer (PMDB)

A investigação apurou dois eventos:

  • O primeiro foi a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS, manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações;
  • O segundo evento investigado foi a intensa compra de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17, quando foi divulgado o acordo de colaboração e a gravação com o presidente Michel Temer.

Os pedidos de prisão se deram numa segunda fase das investigações.

Em junho de 2017, a Polícia Federal já havia feito buscas e apreensões e ouvido pessoas que foram alvos de condução coercitiva. Segundo a Polícia Federal, o material trouxe elementos de prova que indicaram o cometimento de crimes e apontaram autoria aos dois dirigentes.

Os irmãos foram responsabilizados pelo crime de uso indevido de informação privilegiada.

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