Quinta, 11 de Setembro de 2025

CPIs não tiveram resultado concreto em 2023

Porém, nem todas as CPIs, conseguiram concluir os trabalhos no tempo determinado, e algumas acabaram antes mesmo da votação dos pareceres

07/01/2024 às 14h50
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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No ano passado parlamentares tentaram movimentar as bases com diversos pedidos para a instalação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), mas muitas das comissões instaladas no Congresso em 2023 encerraram seus trabalhos sem conseguir votar o relatório final.

A mais popular foi a mista que investigou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília (DF) foram invadidas e depredadas.

A forte disputa de narrativas entre a base do governo e a oposição marcaram as sessões, que divergiam sobre a responsabilidade das invasões. O relatório final, produzido pela senadora Eliziane Gama (PSD/MA), foi aprovado em outubro e enviado a PGR (Procuradoria-Geral da República), que decide sobre prosseguir ou arquivar as investigações.

Porém, nem todas as CPIs, conseguiram concluir os trabalhos no tempo determinado, e algumas acabaram antes mesmo da votação dos pareceres. Foi o caso da CPI instituída em maio para apurar as ações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), com presidência do deputado federal Coronel Zucco (PL/RS) e relatoria do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL/SP).

De acordo com Zucco, mediante documentos, relatos de testemunhas e diligências em acampamentos, a CPI do MST descobriu uma “verdadeira indústria de invasões de terra”.

“Por trás dessa máquina de terror, existe uma organização criminosa que se aproveita do fracasso do nosso modelo de reforma agrária para a prática dos mais variados tipos de crimes: invasão de propriedade, depredação, furto, extorsão, ameaça, lesão corporal, maus-tratos aos animais, trabalho análogo à escravidão, violência contra a mulher, crimes eleitorais e porte ilegal de armas de fogo, entre outros”, atacou.

Já a CPI das Americanas, criada para investigar o rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões na varejista, aprovou o relatório final — que não pediu nenhum indiciamento, apenas sugeriu medidas para evitar crises semelhantes.

A CPI das Apostas Esportivas terminou no fim de setembro, também sem consenso para votar o relatório final, após deputados pedirem vista e criticarem o parecer. Com relatoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), a CPI apurou manipulação no resultado de jogos de futebol e ouviu uma série de autoridades policiais, atletas e representantes de casas de apostas esportivas.

A CPI das Criptomoedas, por sua vez, conseguiu aprovar o relatório do deputado Ricardo Silva (PSD/SP). O colegiado pediu o indiciamento de 45 pessoas envolvidas no esquema que prometia ganhos irreais por meio de moedas digitais; entre os investigados, estão o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e os sócios da empresa 123Milhas.

A última CPI finalizada em 2023 foi a chamada CPI das Organizações Não Governamentais, as ONGs. O colegiado também teve alto teor ideológico, sob presidência do senador Plínio Valério (PSDB/AM).

O relator, Marcio Bittar (União-AC), pediu o indiciamento do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires, por corrupção passiva e improbidade administrativa.

A decisão final também fica com a PGR, mas é improvável que as CPIs de 2023, tirando talvez a do 8/1, produzam desdobramentos na Justiça.

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*Com informações Metrópoles

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