Segunda, 03 de Novembro de 2025

SP: “Inadmissível” diz juiz ao negar pedido para obrigar hospital a aplicar DIU

O magistrado argumenta que, mesmo que o hospital receba incentivos fiscais e recursos públicos para atender o público gratuitamente, “o seu estatuto social deixa claro que se trata de uma associação civil de direito privado, de caráter confessional católico”

02/02/2024 às 12h22 Atualizada em 02/02/2024 às 17h58
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Rubens Gazeta/Prefeitura SP
Foto: Rubens Gazeta/Prefeitura SP

O juiz Otavio Tioiti Tokuda, da 10ª Vara da Fazenda Pública, disse que a recusa em fornecer o método contraceptivo DIU “é legítima, na medida em que ninguém é obrigado a procurar justamente uma instituição de orientação católica” para o procedimento.

O magistrado argumenta que, mesmo que o hospital receba incentivos fiscais e recursos públicos para atender o público gratuitamente, “o seu estatuto social deixa claro que se trata de uma associação civil de direito privado, de caráter confessional católico”. Ele ainda afirmou que é “inadmissível” obrigar a entidade a prestar o serviço, porque “violaria o direito constitucional de liberdade de consciência e de crença”.

Em sua conclusão, o juiz disse que “a vida é direito inviolável para o católico,
inclusive na defesa do nascituro, e a busca por métodos anticoncepcionais impede o direito à vida, por mera busca de prazer sexual, situação que afronta a moralidade cristã”.

O Hospital São Camilo informou, em nota, que, em todas as unidades, “a diretriz é não realizar procedimentos contraceptivos em homens ou mulheres, exceto em casos de risco à saúde”. A diretriz, segundo o São Camilo, está alinhada “ao que é preconizado às instituições confessionais católicas”.

Já a Bancada Feminista do PSol disse que “a decisão reflete um conservadorismo medieval”.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias. 

*Com informações Metrópoles

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários