Quinta, 21 de Novembro de 2024
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Plano de execução contra policiais penais em Campo Grande é revelado em bilhete interceptado

Policiais penais foram alvo de ataque violento após ordens de facção criminosa; entidades exigem ação imediata das autoridades

20/05/2024 às 08h47
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução/Midiamax
Foto: Reprodução/Midiamax

Um bilhete interceptado há pelo menos uma semana na Gameleira de Segurança Máxima, em Campo Grande, revelou ordens explícitas para a execução de policiais penais. Neste domingo (19), três agentes foram alvo de mais de 10 disparos por um grupo de criminosos, supostamente membros de uma facção, segundo informações obtidas pelo Jornal Midiamax.

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O bilhete manuscrito continha trechos ameaçadores, como: “destemido o papo é reto para seu XXX para XXX e seu XXX que pegar primeiro é para executar sem dó entendeu, pois referente ferramenta nós tem”. Por razões de segurança, os nomes dos agentes foram suprimidos. “Minha conta bruta é para pegar, pois me bateram lá na Máxima, e é para pegar sem dó, entendeu?”, dizia outra parte do bilhete encontrado com um detento transferido do Presídio de Segurança Máxima para a Gameleira I.

A mensagem final do bilhete afirmava: “tem dois meses que estou mandando essas ideias, mano. Vê se tá tranquilo que vou chutar na mão dos guris, entendeu. Já tão demais no MS, está na hora de dar uma resposta à altura”.

Plano de Execução Frustrado

O que inicialmente parecia ser um arremesso de celulares para dentro dos muros da Máxima acabou se revelando um plano de execução dos policiais penais, planejado dentro das celas dos presídios da Capital. Informações da inteligência da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) indicam que o bilhete havia sido interceptado há uma semana, mas os agentes não foram alertados sobre as medidas de precaução necessárias. Após o tiroteio e a morte de um dos criminosos em confronto com o Batalhão de Choque, o Sinsapp (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) emitiu um alerta urgente.

Reação e Medidas de Segurança

O presidente do Sinsapp, André Santiago, pediu providências urgentes da Agepen e da Sejusp, criticando a falta de uma resposta imediata ao crime organizado. “A Agepen não teve coragem de dar uma resposta imediata no combate ao crime organizado, como outros estados fizeram”, afirmou Santiago, destacando a necessidade de maior efetivo e regulamentação da Lei dos policiais penais.

Confronto e Desfecho

Os criminosos estavam nos arredores do Presídio de Segurança Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, e tentaram executar três policiais penais. Os agentes foram alvo de cerca de dez disparos. O confronto terminou com a morte de um dos criminosos. Policiais penais nas torres do presídio perceberam a movimentação estranha de dois homens tirando fotos de um dos agentes, que acabou sendo surpreendido por tiros ao investigar a situação com uma lanterna.

A Resposta da Agepen

Em nota, a Agepen informou que está investigando os fatos ocorridos e adotando medidas para reforçar a segurança. Entre as ações estão a instalação de telamentos sobre os pavilhões para evitar arremessos de ilícitos e a implementação de um treinamento de Plano de Defesa – Combate em Torre.

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Problemas Sistêmicos

A Agepen enfrenta desafios significativos, incluindo a entrada de celulares nos presídios, facilitada por brechas intencionalmente mantidas e corrupção entre servidores. As prisões de Mato Grosso do Sul se tornaram centros de operação de organizações criminosas, com detentos comandando atividades ilícitas de dentro das celas.

O incidente destaca a necessidade urgente de ações coordenadas e efetivas para combater o crime organizado e proteger os agentes penitenciários. O Sinsapp e outras entidades continuarão a pressionar por medidas de segurança mais robustas e pela regulamentação adequada para garantir a integridade dos servidores penitenciários.

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