Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal (PF) deflagrou a 4ª fase da Operação Última Milha, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no monitoramento ilegal de autoridades públicas e na produção de notícias falsas, utilizando sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
As investigações desta fase revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos das ações do grupo, que criou perfis falsos e divulgou informações sabidamente inverídicas. Além disso, a organização criminosa acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Os investigados podem ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
Histórico da Operação Última Milha
A primeira fase da Operação Última Milha foi deflagrada em 20 de outubro de 2023, para investigar o uso indevido de sistemas de geolocalização de celulares por servidores da Abin, sem autorização judicial. Na ocasião, a PF cumpriu dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Entre os presos estavam Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da Abin, e o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki.
Em 25 de janeiro deste ano, a Operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Última Milha, teve como alvo o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ). Policiais federais realizaram buscas no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e no seu apartamento funcional em Brasília.
Ramagem, que é delegado da PF, e outros policiais federais foram investigados por suspeita de integrar uma organização criminosa que se instalou na Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando um software espião chamado FirstMile. As investigações apontam que Ramagem teria autorizado os monitoramentos sem fundamentos técnicos que os justificassem.
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*Com informações Metrópoles