Um homem de 34 anos foi preso em Paranaíba, a 408 quilômetros de Campo Grande, por estuprar quatro irmãs e uma sobrinha. A prisão ocorreu após uma criança de 11 anos denunciar os abusos na escola, revelando um padrão de violência que vinha se repetindo há anos.
A denúncia inicial foi feita em maio deste ano, quando a vítima de 11 anos contou a uma amiga sobre o abuso. A informação chegou à Polícia Civil, que iniciou as investigações. A delegada Eva Maíra Cogo, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), explicou que a menina foi ouvida em depoimento especial e forneceu detalhes do crime. Ela relatou que, ao sair da escola, foi abordada pelo irmão, que a levou para sua casa e a estuprou, interrompendo o ato apenas quando a mãe dele chegou.
Após a denúncia, com o apoio do Conselho Tutelar, outras irmãs da vítima foram levadas à delegacia para depoimentos. Uma menina de 13 anos confirmou ter sido abusada no ano anterior, enquanto outra de 17 anos relatou ter sido vítima de abuso sexual antes dos 14 anos, com os ataques cessando somente após ela engravidar aos 14 anos.
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que uma irmã de consideração das vítimas, atualmente com 24 anos, também havia sido alvo do homem no passado. Ela relatou que ele tentou estuprá-la, mas ela conseguiu se defender com um pedaço de espelho quebrado. Outro caso envolveu uma irmã de 16 anos, que afirmou ter sido abusada desde os 8 anos até os 11 anos, e depois forçada a manter relações sexuais até maio deste ano. Uma sobrinha de 14 anos também relatou uma tentativa de estupro quando tinha 13 anos.
A mãe das vítimas, bem como a irmã do agressor, que é mãe da sobrinha abusada, sabiam dos crimes, mas não os denunciaram à polícia. Por isso, ambas também foram indiciadas por estupro de vulnerável e estupro.
O homem foi preso em 27 de junho, mas a prisão só foi divulgada nesta quarta-feira (10) para não prejudicar as investigações. Durante seu depoimento, o suspeito preferiu permanecer em silêncio.
A delegada Eva Maíra Cogo ressaltou a importância das denúncias, especialmente porque muitos casos de abuso sexual ocorrem dentro de casa. Ela destacou o papel vital das escolas e dos profissionais de educação na identificação e denúncia desses crimes, muitas vezes sendo a única esperança para as vítimas.
"Os autores de crimes sexuais muitas vezes são pessoas próximas e de confiança. Venho frisar a importância da denúncia. Cerca de 80% dos casos acontecem dentro das casas, e as famílias nem sempre são protetivas. O único socorro dessas crianças é a escola, fora da comunidade familiar, o adulto de confiança dessas crianças e adolescentes é o professor, a coordenação, a direção, às vezes é a copeira da escola", alertou a delegada.
O crime segue em investigação.
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