Sexta, 18 de Outubro de 2024

Haddad ignora realidade: Preocupações com ondas conservadoras revelam alienação do PT

Ministro da Fazenda minimiza resultados eleitorais e ignora desafios da reconstrução do partido

14/10/2024 às 11h36
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Em um evento promovido pelo banco Itaú, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez um balanço das eleições municipais de 2024 que deixou muitos perplexos. Ao expressar sua preocupação com os resultados favoráveis a partidos de centro e direita, Haddad fez uma análise que soa mais como uma desconexão da realidade do que uma reflexão crítica. “O mundo está muito mais conservador e muito mais distópico que a gente imagina”, declarou, referindo-se a um cenário global que, segundo ele, estaria impregnado de retóricas conservadoras.

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No entanto, Haddad parece esquecer que o Partido dos Trabalhadores, embora tenha melhorado em comparação a 2020 ao eleger mais de 200 prefeitos, ainda não alcançou o desempenho esperado, evidenciando um claro descontentamento com sua trajetória política. Para a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, a interpretação é diferente: ela defende que o PT está em um processo de “recuperação” e “reorganização”, como se as eleições fossem meramente um exercício de reconstrução interna, sem considerar o descontentamento crescente do eleitorado.

Enquanto Haddad menciona as primaveras árabes e outros regimes que se fecharam, ele ignora o calvário vivido pelo PT, que passou por sucessivas derrotas e escândalos. O partido, que já governou 265 municípios, se vê agora à mercê de um eleitorado que clama por mudanças.

E com apenas quatro capitais disputadas no segundo turno — Porto Alegre, Natal, Cuiabá e Fortaleza —, a perspectiva de um retorno à liderança popular parece distante. É hora de o PT e seus líderes reconhecerem que a alienação não é uma estratégia viável. O Brasil está em um momento de transformação, e as vozes que clamam por mudança não podem ser ignoradas. As reflexões de Haddad e Hoffmann soam mais como um eco de uma bolha partidária do que uma resposta à realidade em transformação. Se o partido não se adaptar a este novo cenário, os resultados eleitorais futuros poderão ser ainda mais desastrosos.

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*Com informações Metrópoles

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