Em uma manobra inesperada, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu nesta terça-feira (29) criar uma comissão especial para avaliar o polêmico "PL da Anistia" — proposta de anistia para presos e financiadores dos atos de 8 de janeiro de 2023. Com a decisão, o projeto volta ao estágio inicial, frustrando a base bolsonarista que tentou avançá-lo diretamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a aprovação era dada como certa.
A medida representa um duro golpe para os apoiadores de Jair Bolsonaro, que viam no PL da Anistia uma estratégia para reverter a inelegibilidade do ex-presidente e ganhar fôlego para as eleições de 2026. Na prática, a decisão de Lira retira o projeto da CCJ , presidida pela deputada bolsonarista Carol de Toni (PL-SC), que tinha como meta garantir a aprovação do texto ainda este ano.
Manobra em meio à pressão política
A decisão de Lira ocorre em um momento delicado, em que ele enfrenta forte pressão dos próprios aliados para resolver a questão antes da eleição para sua sucessão na presidência da Câmara. A pauta do PL da Anistia havia se tornado uma moeda de troca entre partidos e candidatos na disputa pelo comando da Casa, inclusive no apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), sucessor apoiado por Lira.
Com a criação da comissão especial, a tramitação do projeto será ainda mais lenta, dependendo agora da indicação dos 34 membros pelos partidos. Este movimento de Lira pode diluir o impacto da proposta, que estava sendo utilizada pela base bolsonarista como trunfo nas negociações de apoio. A decisão promete intensificar a disputa nos bastidores e impulsionar ainda mais a articulação política para as próximas eleições.
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*Com informações Metrópoles