Em uma reviravolta que surpreende até mesmo os mais céticos, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou a intenção de formar uma aliança "mais ao centro" para reeleger Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A declaração, feita na sede do diretório nacional do partido em Brasília nesta segunda-feira (28), revela uma incoerência gritante na postura do PT, que sempre criticou outras legendas por se aliar a partidos considerados parte da "velha política".
Durante a reunião da Executiva e da bancada de parlamentares do PT, Gleisi ressaltou que o governo atual já opera como uma coalizão, destacando que as alianças existentes superam as formações eleitorais anteriores. Segundo ela, embora tenham tentado ampliar as parcerias, as realidades regionais do Brasil não se transformam da noite para o dia, uma crítica que agora recai sobre sua própria estratégia política.
A defesa de uma aliança com o centro, confiante nos princípios que o PT sempre exaltou, demonstra uma busca desesperada por apoio em um cenário político complicado. “Acho que a gente tem que fazer uma aliança mais ao centro, ampliar, para reeleger o presidente Lula”, disse Gleisi, esquecendo-se de que essa mesma aliança foi alvo de constantes ataques e críticas por parte de seu partido.
Ao abrir mão de seu compromisso com a esquerda, o PT não só compromete sua identidade, mas também ignora a base que sempre o sustentou. Com essa nova postura, o partido se distancia da sua essência.
Enquanto a liderança do PT busca caminhos para garantir a reeleição de Lula, fica a pergunta: até que ponto essa mudança de rumo afetará a confiança dos eleitores, que esperavam uma política mais transparente e comprometida com os ideais progressistas? A escolha do PT por alianças “ao centro” pode ser um tiro no pé, desconsiderando as promessas de transformação que mobilizaram seus apoiadores nas últimas eleições.
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*Com informações Agência Estado
