Dois dias após a Polícia Federal revelar um suposto plano de integrantes das Forças Armadas para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o Centrão permanece em silêncio. A postura contrasta com a gravidade das acusações, reveladas na Operação Contragolpe, que investiga tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros líderes políticos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como Ciro Nogueira (PP-PI) e Valdemar Costa Neto (PL), evitam comentar o caso. Essa atitude se destaca frente à manifestação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que defendeu punição rigorosa aos envolvidos.
A disputa pela presidência da Câmara e do Senado também influencia o cenário. Favoritos ao pleito, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) têm evitado se posicionar, enquanto buscam apoio de partidos aliados a Bolsonaro.
Filhos do ex-presidente, os parlamentares Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro minimizaram as revelações. Flávio declarou que “pensar em matar alguém não é crime”, enquanto Eduardo defendeu uma anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, alegando que as investigações criam uma "narrativa" para inflamar a polarização política no Brasil.
A operação da PF reacende debates sobre os limites da polarização política no país. A ausência de posicionamentos claros de figuras proeminentes do Centrão e de aliados de Bolsonaro contrasta com a gravidade das denúncias e evidencia as tensões entre interesses políticos e a necessidade de proteger as instituições democráticas.
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*Com informações Metrópoles