
O bloqueio da rodovia MS-156 pelos indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó entrou no seu quarto dia nesta quinta-feira (28), após um confronto com a Polícia Militar que resultou em pelo menos 15 feridos, entre manifestantes e policiais. O protesto foi motivado pela falta de água potável nas aldeias e pela exigência de que as autoridades cumpram promessas de construção de dois poços artesianos e o abastecimento diário de água por caminhões-pipa.
Na manhã de hoje, uma nova rodada de negociações acontece no Ministério Público Federal (MPF), em Dourados, com a presença de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Funai (Fundação Nacional do Índio), da Secretaria Estadual de Cidadania e das lideranças indígenas. O objetivo é formalizar o compromisso das autoridades, principalmente com a instalação dos poços, uma medida considerada paliativa para uma grave crise de abastecimento que afeta a comunidade.
O vice-capitão da Aldeia Jaguapiru, na declaração durante o protesto, destacou a insatisfação com promessas não cumpridas: “Estamos cansados de promessas vazias. Palavras acabam esquecidas e nunca são cumpridas. Tem que ter um documento em que as autoridades se comprometam definitivamente em atender nossos pedidos. Só queremos água para atender as necessidades básicas de um ser humano”, afirmou.
O bloqueio da estrada tem sido a principal forma de pressão para que o Governo Estadual e a União oficializem suas promessas. O conflito se intensificou após tentativas frustradas de desbloqueio por parte da Polícia Militar. Durante o confronto, três indígenas foram presos por lesões corporais e danos ao patrimônio. Além disso, 12 policiais ficaram feridos, e 10 viaturas da PM tiveram vidros quebrados pelos manifestantes.
A negociação entre as lideranças indígenas e o comandante do 3º BPM de Dourados, Coronel Samuel Castilho Aragão, ocorreu na tarde de ontem (27), com a presença de representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MS. Durante a reunião, foi reafirmado o compromisso do Governo Estadual de fornecer seis caminhões-pipa diários para abastecimento das aldeias, além da construção dos poços. A secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva, visitará a região ainda hoje para garantir que os compromissos sejam cumpridos e tentar mediar a liberação do bloqueio.
A situação permanece tensa, e a rodovia MS-156, que liga Itaporã a Dourados, segue totalmente bloqueada até que os indígenas recebam a garantia oficial de que suas demandas serão atendidas.
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*Com informações Midiamax