A insatisfação do mercado financeiro com o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu níveis alarmantes em dezembro, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4). Nada menos que 90% dos agentes econômicos consideram o governo petista ruim ou péssimo, retomando o pico de rejeição registrado em março de 2023, no início de sua gestão.
Pessimismo generalizado
Enquanto apenas 3% dos economistas de fundos de investimento têm uma visão positiva sobre o governo, 96% afirmam que a política econômica está indo na direção errada. O cenário é o pior desde a deterioração das contas públicas ao longo de 2023, agravada por decisões que frustraram o mercado, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O pacote fiscal anunciado em novembro, com uma economia projetada de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, foi amplamente criticado por ser insuficiente para estabilizar a dívida pública. Além disso, a combinação do pacote com a isenção do IR foi vista como um erro estratégico, enfraquecendo ainda mais a confiança dos investidores.
Crescimento do descontentamento
O momento de maior otimismo do governo foi em julho, quando o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária estavam em pauta no Congresso. Contudo, com o agravamento das contas públicas e a falta de medidas eficazes, o pessimismo tomou conta do mercado. Segundo a pesquisa, 88% dos agentes econômicos acreditam que a economia brasileira irá piorar nos próximos 12 meses, o índice mais elevado já registrado pelo levantamento.
Impacto político e econômico
A mudança na meta fiscal para 2025, de um superávit primário de 0,25% do PIB para déficit zero, foi outro ponto de tensão. O mercado esperava medidas concretas para conter gastos e assegurar a sustentabilidade do arcabouço fiscal, o que não ocorreu.
A pesquisa, realizada com 105 economistas de fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro, reforça a percepção de que o governo Lula falhou em conquistar a confiança de um setor crucial para a recuperação econômica do país.
Conclusão
Com a desaprovação do mercado financeiro e perspectivas econômicas sombrias para 2024, Lula enfrenta o desafio de reverter a percepção negativa de sua gestão. Sem ajustes profundos na política econômica, o cenário aponta para mais dificuldades à frente, tanto no campo econômico quanto no político.
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*Com informaçoes CNN
