Quarta, 12 de Março de 2025

Músico solto após agredir jornalista revolta vítima: “Justiça ignorou provas”, afirma

Músico solto após agredir jornalista revolta vítima: “Justiça ignorou provas”, afirma Decisão judicial concede liberdade com tornozeleira e medida protetiva, mas vítima alega negligência e ciclo de violência de 4 anos

12/03/2025 às 10h08
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um músico de 38 anos, preso após agredir a companheira, uma jornalista de 37 anos, em Campo Grande, foi liberado nesta terça-feira (11) com uso de tornozeleira eletrônica e medida protetiva. A decisão judicial, que alega "legítima defesa" por parte do agressor e considera improvável sua condenação em regime fechado, revoltou a vítima, que acusa a Justiça de ignorar provas e negligenciar seu depoimento.

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A jornalista, que foi agredida com socos dentro de um carro enquanto segurava sua filha de 8 meses, no último dia 3 de março, afirma que a decisão não analisou o conteúdo anexado em seu depoimento à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ela enviou à reportagem um vídeo gravado logo após a agressão, onde aparece com sangramento no nariz e a filha no colo, relatando o ocorrido.

Na decisão, o músico foi solto porque “apenas tentou se defender dos ataques verbais e físicos cometidos pela suposta vítima, não havendo qualquer ato que desabone sua conduta” e que também dificilmente o suspeito será condenado para cumprir pena em regime fechado. “Dada cominação em abstrato fixada para crimes domésticos e por ser primário, o que não justifica permanecer no cárcere aguardando o desfecho do processo crime”.

"Além de não ter nenhuma lesão no corpo dele, ele omitiu o socorro, tanto para mim, quanto para minha filha. Então, como que alguém nessa circunstância ainda tem algum direito de ver a criança? E não tinha como ele sofrer represálias, porque não tinha ninguém. Ser inconstante desse jeito não tem como ter liberdade", desabafa a jornalista.

Ela também contesta a alegação de legítima defesa do músico, afirmando que ele não sofreu nenhuma lesão e que omitiu socorro tanto para ela quanto para a filha. A vítima relata um histórico de violência de 4 anos, com agressões psicológicas e manipulação. "Eu vivi esse ciclo de violência durante esses quatro anos, entre idas e vindas", conta.

O músico, que foi afastado de uma das bandas que integrava após a prisão, terá que cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de se aproximar da jornalista a menos de 200 metros de distância e o comparecimento mensal em juízo. Ele também terá o direito de visita e contato com a filha.

A jornalista lamenta a decisão e teme pela segurança dela e da filha. "Nem ele valida o próprio depoimento", disse, já que o músico não assinou o documento do próprio depoimento prestado na Deam após a prisão.

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Onde buscar ajuda:

  • Casa da Mulher Brasileira (Campo Grande): Rua Brasília, s/n, Jardim Imá (24 horas)
  • DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher)
  • Central de Atendimento à Mulher (180): (24 horas, anônimo)
  • Polícia Militar (190)
  • Promuse: (67) 99180-0542 (WhatsApp)
  • Corregedoria da Polícia Civil de MS: (67) 3314-1896
  • GACEP (MPMS): (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931

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*Com informações Midiamax

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