Segunda, 01 de Setembro de 2025
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Após feminicídio de jornalista, força-tarefa analisa mais de 600 BOs e prende agressor com 39 passagens

Grupo técnico tem 90 dias para desafogar 6 mil boletins represados na Deam de Campo Grande

01/04/2025 às 10h37
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Duas semanas após a criação do Grupo Técnico para revisar os cerca de 6 mil boletins de ocorrência (BOs) acumulados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, os primeiros resultados começam a aparecer. O grupo, formado após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, pelo ex-noivo Caio Nascimento, já analisou 642 boletins, instaurando 380 inquéritos policiais. Entre as ações, foram solicitadas duas prisões preventivas e duas buscas domiciliares.

No período, um agressor com 39 passagens criminais foi preso pela Polícia Militar, no dia 19 de março. Além disso, 54 boletins foram despachados e três casos arquivados. A expectativa é que, nos próximos meses, a revisão dos casos represados traga mais agilidade na proteção de vítimas e na responsabilização de agressores.

Grupo técnico e nova gestão na Deam

O grupo de trabalho conta com 20 membros, entre delegados, escrivães e investigadores. Eles têm 90 dias para concluir a força-tarefa, prazo que pode ser prorrogado. Entre os objetivos, está a análise de boletins antigos e de ocorrências com dificuldades de localização de vítimas ou suspeitos, além da digitalização de procedimentos e instauração de novos inquéritos.

A Deam também passou por mudanças na chefia. A delegada Fernanda Barros Piovano assumiu a titularidade da especializada em 29 de março, após a remoção da antiga titular, Elaine Benicasa. A adjunta será Analu Lacerda Ferraz. As mudanças ocorreram 45 dias após o feminicídio de Vanessa e sete dias depois de a Corregedoria da Polícia Civil concluir que as delegadas que atenderam a jornalista não cometeram erros no protocolo de atendimento.

Críticas à demora na intimação de agressores

O relatório da Corregedoria apontou que a Deam seguiu todos os protocolos da Lei Maria da Penha e das diretrizes da Casa da Mulher Brasileira no caso de Vanessa. No entanto, uma das falhas teria sido a demora na notificação judicial do agressor, Caio Nascimento. Vanessa não teria relatado à polícia que havia sido mantida em cárcere privado antes de ser assassinada.

Diante das críticas à morosidade, o Governo do Estado firmou um convênio para que policiais civis e militares assumam a intimação de agressores em casos de medidas protetivas, acelerando o processo de notificação e reforçando a segurança das vítimas.

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*Com informações Midiamax

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