O Brasil pode estar à beira de uma grande seca, prevista para ocorrer entre 2034 e 2035. O alerta veio do meteorologista Luiz Carlos Molion, que antecipa um período crítico semelhante às históricas estiagens de 2014/2017 e 1987/1988, marcadas por eventos extremos associados ao fenômeno El Niño.
Enquanto os próximos dez anos devem oferecer estabilidade climática com chuvas regulares e favoráveis à agricultura, Molion reforça que essa janela de normalidade será um prelúdio para uma crise hídrica significativa. “A próxima grande seca virá, e precisamos estar prontos para enfrentá-la”, enfatizou.
Molion descreve um cenário promissor até 2033, com condições climáticas equilibradas e benéficas para o agronegócio. Ele destaca que, no curto prazo, não há indícios de eventos extremos que comprometam o abastecimento ou a produção agrícola. “Será uma fase positiva, com chuvas dentro da média e sem grandes variações”, avaliou.
No entanto, o meteorologista alerta para o perigo de acomodação. “O período favorável não deve ser visto como permanente. Pelo contrário, é uma oportunidade para planejarmos medidas eficazes contra a seca prevista.”
A seca projetada por Molion será impulsionada pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, fenômeno que já causou danos graves no passado. Ele acredita que os impactos podem ser amplos, afetando desde a produção agrícola até o abastecimento urbano.
Embora reconheça a possibilidade de mudanças inesperadas no cenário global, como erupções vulcânicas que poderiam alterar os padrões climáticos, Molion destaca que a tendência atual aponta para um período crítico inevitável.
Diante dessa perspectiva, especialistas e autoridades são chamados a usar o período de estabilidade climática como uma chance para reforçar a resiliência do país frente aos desafios futuros. Investimentos em infraestrutura hídrica, estratégias de manejo sustentável e ações de conscientização podem ser a chave para minimizar os danos.
“A seca pode parecer distante, mas seus efeitos começam a ser construídos hoje. O Brasil precisa agir agora, com inteligência e planejamento, para transformar esse cenário de alerta em uma oportunidade de fortalecimento,” concluiu Molion.
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