A articulação do governo Lula sofreu um duro golpe neste fim de semana, quando a pressão do Palácio do Planalto para que parlamentares retirassem suas assinaturas do requerimento de urgência ao projeto de anistia fracassou. O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), desafiou a ofensiva governista, confirmando que os apoios permanecem intactos: “Continuo com 265 assinaturas.”
Com dez assinaturas acima do mínimo necessário, a oposição comemora o avanço estratégico, mas teme possíveis baixas nos próximos dias, já que o Planalto intensifica a tentativa de reverter o apoio de parlamentares da base aliada. A adesão de deputados governistas ao projeto, que desagrada profundamente o Executivo, expõe rachaduras na coalizão formada pelo presidente Lula.
Apesar do respaldo numérico, o futuro do requerimento depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não é obrigado a pautar a proposta. Críticas à sua gestão emergem dentro da oposição, especialmente do PL, que cobra reciprocidade após Motta priorizar pautas alinhadas à esquerda e ao Judiciário.
“Quando Hugo Motta vai atender as demandas do maior partido da Casa?”, questiona a liderança do PL, que busca transformar o projeto de anistia em um marco de resistência ao governo.
O cenário reforça o clima de instabilidade política em Brasília, evidenciando a dificuldade do governo em conter dissidências em sua base. Com cerca de 2 mil requerimentos de urgência acumulados na Câmara, o embate entre governo e oposição ganha contornos ainda mais tensos, podendo influenciar diretamente os rumos da gestão Lula nos próximos meses.
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*Com informações CNN
