A formalização da denúncia contra o ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, reacendeu tensões dentro do União Brasil. A legenda, que controla três ministérios e tem a terceira maior bancada na Câmara, vê as ações do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal como parte de um cerco político e jurídico direcionado contra suas principais lideranças.
Juscelino deixou o governo Lula após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, e outros crimes. Ele já havia sido indiciado pela Polícia Federal em 2022, acusado de se beneficiar de recursos do orçamento secreto para pavimentar uma estrada que favoreceria uma fazenda supostamente ligada a ele. Apesar de negar as acusações, aliados do ex-ministro apontam para as digitais de Flávio Dino, então ministro da Justiça e hoje relator do caso no STF, como responsável por uma campanha sistemática para desestabilizá-lo.
Dentro do União Brasil, o caso Juscelino é apenas a ponta do iceberg. A Operação Overclean, que investiga desvios em contratos de limpeza urbana, colocou outras figuras proeminentes da sigla, como Davi Alcolumbre e Elmar Nascimento, sob o foco das investigações. A PF já encontrou mensagens comprometedoras envolvendo assessores de Alcolumbre e empresários investigados, enquanto lideranças do partido denunciam "artilharia constante" contra seus integrantes.
O clima de suspeição e sigilo nos mais de 80 inquéritos sobre emendas parlamentares preocupa a cúpula do União Brasil, que acusa o governo Lula de instrumentalizar instituições para minar a oposição. Apesar de articulações internas para reagir, incluindo a possibilidade de solicitar o fim do sigilo das investigações, Alcolumbre e outros dirigentes têm evitado adotar medidas mais drásticas para não agravar ainda mais as tensões.
Com a crescente escalada de investigações e denúncias, o União Brasil enfrenta o desafio de se manter unido diante do que considera uma ofensiva política com potencial de enfraquecer sua força no Congresso e sua influência no governo.
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*Com informações Veja
