O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS) volta a ser palco de um julgamento que promete influenciar o cenário político de Campo Grande. Nesta terça-feira (27), será retomada a análise de denúncias contra a chapa formada por Adriane Lopes (PP) e Camilla Nascimento (Podemos), eleitas no último pleito municipal. Acusações de abuso de poder político, econômico e religioso compõem o cerne das alegações, que, se confirmadas, podem resultar na cassação do mandato.
Na sessão anterior, o relator do processo, juiz Alexandre Antunes da Silva, optou por rejeitar as acusações, argumentando que não havia provas consistentes para sustentar a cassação. No entanto, um pedido de vistas pelo juiz Márcio de Ávila Martins Filho adiou a conclusão, estendendo a tensão para o julgamento desta semana.
As denúncias, movidas pelo PDT e pelo PSDC, apontam para um suposto esquema envolvendo lideranças religiosas e compra de votos. Segundo os relatos apresentados, pastores evangélicos, supostamente favorecidos com cargos públicos, teriam utilizado sua influência para beneficiar a campanha de Adriane e Camilla.
Além disso, há testemunhos que indicam pagamentos em dinheiro para eleitores, valores esses que variavam entre R$ 50 e R$ 100, em troca de apoio à candidatura. Vídeos anexados ao processo buscam reforçar a credibilidade dessas acusações.
Os advogados da chapa destacam que a ausência de provas concretas é fator determinante para a improcedência das acusações. Para eles, os cargos ocupados por religiosos em administrações públicas são uma prática legítima e não configuram abuso de poder. A defesa também contesta as alegações de compra de votos, apontando para a fragilidade das evidências apresentadas.
A sentença inicial, emitida pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, foi favorável às investigadas. Nantes reconheceu indícios de compra de votos, mas afirmou que os elementos disponíveis não conectam diretamente a chapa aos atos ilícitos. Quanto ao abuso religioso, o juiz enfatizou que a mera participação em cultos durante a campanha não caracteriza ilegalidade.
A decisão do TRE/MS tem o potencial de alterar profundamente o panorama político de Campo Grande. Em caso de cassação, novas eleições seriam convocadas, o que abriria espaço para uma redistribuição de forças entre os grupos políticos da capital.
Enquanto isso, a sociedade campo-grandense aguarda ansiosa pelo desfecho deste capítulo, que pode redefinir os rumos da cidade e reforçar o debate sobre a influência religiosa e econômica nos processos eleitorais.
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*Com informações Investiga MS