Em um discurso inflamado no 16º Congresso Nacional do PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou mais uma vez a sua disposição em defender medidas que flertam com autoritarismo, colocando em cheque a liberdade de expressão e a relação diplomática com os Estados Unidos.
Lula acusou os EUA de interferirem em assuntos brasileiros ao criticarem ações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, sem apresentar argumentos concretos sobre as supostas ameaças à soberania nacional. Ele mencionou que "os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes porque ele está querendo prender um cara brasileiro que está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro”. A declaração, vaga e contraditória, gerou mais dúvidas do que esclarecimentos.
Censura ou justiça?
O caso em questão envolve Allan dos Santos, jornalista crítico ao governo petista, e Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, ambos residentes nos EUA. Moraes determinou a prisão de Allan por meio da Interpol, mas o pedido foi ignorado pelas autoridades norte-americanas, que consideraram a medida incompatível com as leis de liberdade de expressão do país. Além disso, Moraes abriu um inquérito para investigar Eduardo, acusando-o de coação e tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito.
A resposta dos Estados Unidos veio com um claro recado: restrições de visto podem ser impostas a líderes que promovam censura. Embora o nome de Moraes não tenha sido citado diretamente, as declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, deixam pouco espaço para dúvidas sobre a quem as medidas são direcionadas.
Diplomacia às avessas
Lula, por sua vez, preferiu atacar a política externa americana ao invés de apresentar uma defesa robusta da legalidade das medidas de Moraes. “Eles fazem tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Faz tantas guerras. Mata tanta gente. Por que eles vão querer criticar o Brasil?”, afirmou o presidente, desviando o foco das acusações de censura e perseguição política.
O discurso coloca Lula em um papel controverso: de um lado, ele reforça a narrativa de combate a ameaças à democracia; de outro, alimenta a percepção de que seu governo e aliados utilizam as instituições para silenciar opositores e intimidar vozes críticas.
Liberdade de expressão ameaçada
Para críticos, o episódio evidencia a postura de Lula em legitimar ações que minam princípios democráticos fundamentais, como a liberdade de expressão e o devido processo legal. A falta de transparência e a retórica agressiva alimentam a tensão política e diplomática, colocando o Brasil em uma posição delicada no cenário internacional.
Ao se alinhar incondicionalmente a Moraes, Lula não apenas corrobora as acusações de perseguição política, mas também amplia o isolamento de sua gestão frente a democracias consolidadas. A questão que fica é: até onde o governo está disposto a ir para silenciar aqueles que ousam discordar?
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*Com informações Poder 360