O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem protagonizando uma ofensiva pública para atribuir à gestão de Jair Bolsonaro (PL) o atual descontrole das contas públicas, classificando-o como "herança maldita". Em discursos e audiências, Haddad criticou o superávit primário de R$ 54,9 bilhões registrado em 2022, apontando como origem manobras fiscais envolvendo a Petrobras, a privatização da Eletrobras e a desoneração do ICMS.
Entretanto, análises de especialistas e dados públicos contradizem as alegações do ministro. A distribuição recorde de dividendos da Petrobras, por exemplo, foi reflexo de lucros históricos impulsionados pela alta global no preço do petróleo e por anos de gestão focada em eficiência financeira. Sobre a privatização da Eletrobras, especialistas ressaltam que a operação seguiu normas legais e ajudou a modernizar o setor elétrico, enquanto Haddad criticou o processo como "barbeiragem".
Além disso, a desoneração do ICMS, apontada como calote, foi articulada com governadores e aprovada pelo Congresso para conter a inflação dos combustíveis. O pagamento da compensação aos estados, embora realizado em 2023, já havia sido previsto na transição de governo.
As críticas de Haddad ocorrem em um contexto de crise fiscal no governo Lula, que acumula déficit primário de R$ 241,5 bilhões em dois anos, enquanto tenta justificar os resultados negativos. Especialistas alertam que a insistência na narrativa da "herança maldita" pode desviar o foco da necessidade de medidas mais consistentes para equilibrar as contas públicas.
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*Com informações Gazeta do Povo