O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 3ª sessão de debates da cúpula do Brics, nesta segunda‑feira (7.jul.2025), com um ataque frontal a quem nega a crise climática. “O negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro”, afirmou, citando o avanço acelerado do aquecimento global, florestas tropicais “à beira do ponto de não retorno” e “um oceano febril” apontado na Conferência de Nice. youtube.com
Lula reclamou da “ausência de recursos” desde o Acordo de Paris (2015) e apresentou a conta: serão necessários US$ 1,3 trilhão — além dos US$ 300 bilhões prometidos na COP‑29 — para triplicar a geração de energias renováveis, duplicar a eficiência energética e “zerar o desmatamento” até 2030. Segundo ele, a transição justa criará empregos nas comunidades locais e exigirá “o fim planejado dos combustíveis fósseis”.
Minutos depois do discurso, o ex‑presidente Donald Trump voltou a mirar o Brics. Em sua rede Truth Social, prometeu aplicar uma tarifa extra de 10 % a qualquer país que se alinhar a “políticas antiamericanas” do bloco. Foi a terceira ameaça do republicano em 2025; nas anteriores ele chegou a cogitar sobretaxa de 100 % caso o Brics criasse uma moeda alternativa ao dólar.
O Brics divulgou nota criticando o “extremismo tarifário”, mas sem mencionar Trump. Delegações da China e da Índia chamaram a postura norte‑americana de “retrocesso protecionista” e reafirmaram que a cooperação climática não pode ser “refém de disputas geopolíticas”.
Nos bastidores, diplomatas brasileiros enxergam na reação de Trump um “sinal de pressão” sobre países do Sul Global que flertam com a moeda comum do Brics e com bancos de desenvolvimento alternativos ao FMI. Ainda assim, o Itamaraty avalia que o bloco saiu fortalecido: além de endossar a agenda ambiental, consolidou apoio à COP‑30 de Belém como vitrine de metas climáticas ambiciosas.
Ao encerrar a sessão, Lula reforçou o recado: “Quem vier conosco terá oportunidades de investimento verde; quem negar o problema pagará a conta histórica”. O próximo passo é transformar a retórica em aporte financeiro real — teste que deverá mostrar quem, de fato, está disposto a pagar pela salvação do planeta.
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*Com informações Poder 360