Com a detecção da nova variante da Covid-19, batizada de Stratus (XFG), em estados como São Paulo e Ceará, as autoridades de saúde brasileiras voltaram a ligar o sinal de alerta. Em Mato Grosso do Sul, ainda não há casos confirmados da cepa, mas o avanço silencioso da nova linhagem, que já circula em 38 países, é motivo de atenção.
A principal preocupação em torno da XFG é seu elevado poder de transmissão e a capacidade de driblar a imunidade adquirida, seja por infecção anterior ou vacinação. O sintoma mais característico da nova cepa tem sido a rouquidão persistente, além de perda de olfato, paladar, apetite e, em casos mais intensos, falta de ar — traços que remetem à fase mais aguda da pandemia. A cepa surgiu da recombinação das linhagens LF7 e LP812 e já representa cerca de 30% das variantes detectadas no Reino Unido, segundo a Fiocruz.
Apesar da rápida disseminação, não há indícios de que a XFG provoque quadros mais graves ou eleve a mortalidade, segundo o infectologista Júlio Croda. “Ela apresenta mutações que favorecem a transmissão, mas os casos, até o momento, são considerados leves”, explica.
Mesmo sem registros em MS, o monitoramento genômico está ativo, conforme informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que acompanha de perto os dados enviados pelo Lacen/MS, Instituto Adolfo Lutz e Fiocruz/MS. Até julho deste ano, o Estado já contabiliza 2.737 casos confirmados de Covid-19 e 35 mortes em 2025.
A vacinação permanece como a principal ferramenta de proteção. Em Mato Grosso do Sul, mais de 84% da população já recebeu a vacina monovalente, mas a adesão à dose de reforço com a bivalente ainda é baixa, com apenas 15,8% de cobertura. Diante do avanço da XFG e de outras variantes como LP.8.1 e JN.1, a SES reforça a importância de manter o esquema vacinal atualizado, principalmente entre idosos e grupos de risco.
Em junho, a Anvisa autorizou a atualização das vacinas com a inclusão da cepa LP.8.1, além da já existente JN.1. Estados como o Rio de Janeiro já iniciaram a aplicação em idosos. As vacinas da Pfizer e da Adium seguem aprovadas.
Em Mato Grosso do Sul, seguem em circulação três variantes: Ômicron, Delta e Gama. A Ômicron é predominante, presente em mais de 50 municípios e caracterizada por alta mutação na proteína Spike. A Delta, com alta transmissibilidade, tem maior risco de hospitalização, e a Gama, ainda ativa em pelo menos cinco municípios, se destaca pela gravidade entre jovens.
Para reforçar a vigilância, a SES mantém testagem com antígeno, oferta de tratamento com antiviral Nirmatrelvir/Ritonavir para pessoas com mais de 65 anos e imunocomprometidos, e reforça a “etiqueta respiratória”: uso de máscara ao apresentar sintomas, higienização das mãos e isolamento em caso de diagnóstico positivo.
“Diferente de vírus sazonais como a gripe, a Covid-19 não respeita calendários. Seu controle depende essencialmente da vacinação em massa”, destaca nota da SES.
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*Com informações Midiamax