Quarta, 23 de Julho de 2025

Esquema de R$ 60 milhões na BR-156: PF encontra Porsches, armas e obras de arte em operação nacional

Superintendente do DNIT no Amapá é afastado e investigação revela fraude em licitações, saques milionários e conivência de servidores

22/07/2025 às 08h51
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), desencadeou nesta terça-feira (22) a Operação Route 156, que desmantela um sofisticado esquema de corrupção envolvendo contratos milionários para a manutenção da BR-156, no Amapá. A ação mira servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e empresários suspeitos de fraudar licitações e desviar recursos federais que somam mais de R$ 60 milhões.

Com mandados cumpridos em quatro estados — Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Amazonas — a operação expôs o que a PF classificou como uma “organização criminosa estruturada” dentro da Superintendência do DNIT no Amapá. Segundo as investigações, o grupo manipulava licitações com propostas de fachada e cláusulas restritivas nos editais, tudo com a omissão deliberada de servidores públicos responsáveis pela fiscalização.

O superintendente do DNIT no estado e uma servidora da autarquia foram afastados por dez dias, enquanto a Justiça determinou o bloqueio de R$ 8 milhões em bens e valores dos investigados, equivalentes a saques em espécie e movimentações financeiras atípicas detectadas durante a investigação.

Durante o cumprimento dos mandados, os agentes apreenderam armas e artigos de luxo que reforçam o padrão de vida incompatível com a renda declarada de alguns dos envolvidos. Em Macapá, foram localizadas três pistolas, um fuzil calibre .556 e cerca de 250 munições com um investigado que possui registro de CAC — que agora será cassado. Já em Nova Lima (MG), a PF encontrou três veículos Porsche, 13 obras de arte atribuídas a Guignard e Portinari, joias e relógios de grife.

Os suspeitos devem responder por fraude à licitação, organização criminosa, lavagem de dinheiro, prevaricação, violação de sigilo funcional e tráfico de influência. Segundo fontes da investigação, novos desdobramentos não estão descartados.

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*Com informações Investiga MS

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