Quarta, 06 de Agosto de 2025

PM salva mulher de agressões após pedido de “dipirona” e expõe drama silencioso da violência doméstica

Ligação disfarçada, durante a campanha Agosto Lilás, revela estratégia de vítimas para fugir de agressores dentro de casa

06/08/2025 às 11h43
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um simples pedido por “dipirona” foi o alerta necessário para que a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul salvasse uma mulher em situação de violência doméstica, em Campo Grande. A vítima, com medo do agressor que estava ao seu lado, recorreu a uma ligação disfarçada para a central da PM, fingindo falar com uma farmácia. A gravação, divulgada nesta terça-feira (5) nas redes sociais da corporação, integra as ações da campanha Agosto Lilás e jogou luz sobre a eficácia de treinamentos para atender chamados silenciosos.

No áudio, a mulher pede o remédio para dor. O atendente do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) imediatamente percebe o tom de urgência velado. Ao perguntar se havia algo acontecendo no local, ouviu nova menção à “dipirona”. Diante do risco, o policial passou a usar a mesma linguagem metafórica: questionou se o agressor era o companheiro da vítima e até “a dosagem” da agressividade – ela respondeu: “30 miligramas”.

A resposta foi suficiente para acionar a viatura. A equipe chegou ao local e conseguiu resgatar a vítima sem confrontos, preservando sua identidade e garantindo sua integridade física. Dias depois, a mulher ligou novamente para agradecer aos policiais. “Só queria agradecer. No dia em que liguei, vocês me atenderam muito rápido”, disse.

O caso não foi isolado. Segundo dados da PMMS, 21 mulheres já foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul só neste ano. A mais recente foi Salvadora Pereira, executada dentro de casa com um tiro no rosto. Cinco crianças testemunharam o crime. O autor, companheiro da vítima, foi preso após o próprio filho, de 8 anos, acionar o socorro.

Diante da brutalidade desses números, a campanha Agosto Lilás reforça a necessidade de estratégias de proteção, incluindo sinais discretos que podem salvar vidas, como o pedido por medicamentos ou o uso do batom vermelho na palma da mão.

A atuação da PMMS mostra que, com sensibilidade e preparo, é possível decifrar esses sinais silenciosos e agir com rapidez. O desafio, no entanto, continua sendo romper o ciclo de medo e garantir que toda mulher em risco saiba que não está sozinha.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais. 

*Com informaçoes Campo Grande News

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários