O cantor sertanejo Yuri Ramirez, de 47 anos, teve a vida ceifada a tiros na própria residência, localizada no bairro Santa Emília, em Campo Grande (MS), no último sábado (30/8). O crime, confirmado pela Polícia Civil no domingo (31), é investigado como homicídio qualificado, e os autores ainda não foram identificados.
Segundo apuração policial, dois homens armados invadiram o imóvel se passando por policiais. Eles abordaram a mulher que residia com Yuri — responsável por fornecer endereço fixo exigido pela Justiça — e, em seguida, localizaram o cantor em outro cômodo, surpreendendo-o com disparos de pistola. A perícia encontrou 12 cápsulas espalhadas pelo local, evidenciando a violência do ataque.
Yuri, cujo nome verdadeiro era Iuri Gomes Oliveira Ramires, tinha histórico criminal extenso. Respondia por tráfico de drogas, tráfico de armas e estupro e havia deixado a prisão há menos de um mês, cumprindo prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Em 2018, foi preso em Goiânia por uso de documento falso, apresentando identidade sob o nome de “Alexandre Nunes”. Na época, estava foragido da Justiça do Mato Grosso do Sul há cinco meses, após ser detido pela Polícia Federal com 20 quilos de drogas.
A polícia ainda aponta que Yuri era integrante de facção criminosa, atuando como principal traficante de drogas e armas na região Noroeste de Goiás. Ele teria comercializado cerca de 800 quilos de maconha oriunda do Paraguai e participado de contrabando de armas de fogo, consolidando sua notoriedade no crime organizado.
Paralelamente à vida criminosa, Yuri construiu uma carreira musical. Iniciou sua trajetória na adolescência, formou dupla sertaneja em 2020, se apresentando em São Paulo e outros estados, e a partir de 2023 seguiu carreira solo, lançando os singles “Boca Errada” e “Novo Engano”, produzida por Amarelo, responsável por trabalhos com Hugo Pena & Gabriel e Jads & Jadson.
A execução brutal levanta questões sobre a segurança de presos que cumprem prisão domiciliar em imóveis particulares e se o local possuía ligação com atividades criminosas em curso. A Polícia Civil segue investigando a motivação do crime, bem como a identificação e prisão dos responsáveis, mantendo o caso sob sigilo na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol.
A morte de Yuri Ramirez evidencia a complexidade de sua trajetória, marcada pelo contraste entre a música e o crime, e o impacto devastador da violência armada em residências urbanas.
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*Com informações CNN