Um avivamento está chamando a atenção de cristãos em todo o mundo para a Universidade Asbury, uma escola cristã evangélica em Wilmore, no estado norte-americano do Kentucky.
Vídeos de alunos cantando, chorando e orando estão sendo publicados nas redes sociais em tempo real, gerando bastante reação e até debates. O que está acontecendo naquele câmpus e o que os cristãos brasileiros podem aprender com o que está ocorrendo lá – e que já aconteceu no passado em outros tempos e em outros países?
Um culto a Deus surpreendente
Desde quarta-feira passada, 8 de fevereiro, algo extraordinário está acontecendo na Universidade Asbury. Os alunos da universidade precisam frequentar um certo número de cultos na capela, o Auditório Hughes, a cada semestre; ir à capela em algum momento, portanto, é algo rotineiro para os estudantes da universidade.
Mas, naquela quarta-feira, algo diferente ocorreu. Após uma oração, o coral começou a cantar o refrão de um hino – e o que veio depois desafia qualquer descrição simplista. Os alunos não conseguiram deixar a capela universidade e estão lá até agora
Como Thomas McCall, professor de Teologia no Seminário Teológico Asbury, descreveu na segunda-feira, dia 13, os alunos “foram atingidos pelo que parecia ser uma sensação silenciosa, mas poderosa, de transcendência, e não quiseram ir embora. Eles ficaram e continuaram a adorar. Eles ainda estão lá. Eu ensino Teologia do outro lado da rua [...] e, quando soube do que estava acontecendo, imediatamente decidi ir à capela para ver por mim mesmo. Quando cheguei, vi centenas de alunos cantando baixinho. Eles estavam louvando e orando fervorosamente por si mesmos, por seus vizinhos e por nosso mundo – expressando arrependimento e contrição pelo pecado e intercedendo por cura, integridade, paz e justiça”. Ainda de acordo com ele: “Alguns estavam lendo e recitando as Escrituras. Outros estavam de pé com os braços levantados. Vários estavam agrupados em pequenos grupos orando juntos. Alguns estavam ajoelhados na grade do altar na frente do auditório. Alguns estavam prostrados, enquanto outros conversavam uns com os outros, seus rostos brilhando de alegria. Eles ainda estavam adorando quando saí no fim da tarde e quando voltei à noite. Eles ainda estavam adorando quando cheguei na manhã de quinta-feira [dia 9] – e no meio da manhã centenas estavam enchendo o auditório novamente”.
McCall continua:
“Estou vendo vários alunos correndo em direção à capela todos os dias. Na noite de quinta-feira, havia apenas espaço para ficar em pé. [...] A adoração continuou durante todo o dia na sexta-feira [dia 10] e, de fato, durante toda a noite. No sábado [dia 11] de manhã, tive dificuldade em encontrar um assento; à noite, o prédio estava lotado além da capacidade. [...] Alguns alunos e outros permaneceram na capela para orar durante a noite. E, a partir da noite de domingo [dia 12], o ímpeto [para estar na capela] não mostrava sinais de que estaria arrefecendo”.
Outros estados do país
Estudantes vieram de outros estados do país para participar do que está acontecendo em Asbury – da Universidade de Kentucky, da Universidade de Cumberlands, da Universidade de Purdue, da Universidade Wesleyan de Indiana, da Universidade Cristã de Ohio, da Universidade da Transilvânia, da Universidade Midway, da Universidade Lee, do Georgetown College, da Universidade Nazarena de Mt. Vernon e de muitos outros lugares. E a capela tem espaço para 1,5 mil pessoas!
McCall conclui:
“O santo amor do Deus Trino é aparente, e há nele uma doçura inexprimível e uma atração inata. É imediatamente óbvio por que ninguém quer sair [da capela] e por que aqueles que precisam sair querem voltar o mais rápido possível”. Os que estão se reunindo na capela agora compreendem que o “Evangelho não é apenas verdadeiro, mas também luminosamente maravilhoso e misteriosamente belo. Cada vez que saio do auditório da capela, sinto que provei e vi que o Senhor é bom”.
Um quadro branco diante das portas da frente da capela revela o impacto do que já supera as 150 horas de pregação, cânticos, testemunhos e confissão de pecado: ele estava repleto de manifestações de louvor e pedidos de oração, evidenciando como Deus está operando durante esse período na universidade.
Num deles está escrito:
“orem por minha família na Ucrânia”. Outros escreveram pedindo por “salvação para nossa nação”, “avivamento em Kodak, Tennessee”, “avivamento na Universidade de Betel”, “restauração do casamento e pelos futuros gêmeos”, por um “adolescente sofrendo com vício”, “pela salvação de papai” etc.
O capelão do câmpus, Greg Haseloff, disse que os eventos em Asbury fornecem “uma bela experiência de buscar a Deus – é um solo sagrado. Continuará a ser um local de adoração e oração”.
O presidente da Universidade Asbury, Kevin Brown, disse na segunda-feira, 13 de janeiro (quando as reuniões na capela já duravam mais de 120 horas), que “este tem sido um momento extraordinário para nós”.
Alexandra Presta, editora do The Asbury Collegian, o jornal estudantil da escola, que tem feito a crônica dos cultos na universidade, escreveu:
“Estamos aqui no Auditório Hughes há mais de 100 horas – orando, chorando, adorando e nos unindo – pelo Amor”. E concluiu: “Posso proclamar esse Amor com ousadia porque Deus é Amor”.
Howard Snyder, professor aposentado de História e Teologia da Missão no Seminário Teológico Asbury, disse que os avivamentos podem trazer esperança em tempos difíceis:
“Avivamentos autênticos devolvem a igreja ao que deveria ser”, disse ele – “o povo de Deus seguindo Jesus fielmente”.