Quarta, 12 de Novembro de 2025

Governo dificulta entrada de estrangeiros no país e prejudica Turismo

Vistos serão exigidos para Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália

03/04/2023 às 08h24 Atualizada em 03/04/2023 às 14h32
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Hotéis e as companhias aéreas perdem importante receita
Hotéis e as companhias aéreas perdem importante receita

O Ministério das Relações Exteriores vai voltar a exigir vistos para que pessoas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália entrem no Brasil a partir de outubro deste ano.

Dificultar o acesso de estrangeiros dessa maneira e traz consequências para a economia do país, já que o turismo contribui pra o crescimento econômico.

Prejudica também o processo de reconstrução do mercado interno de viagens, justamente quando as pessoas voltaram a consumir esse tipo de serviço após os anos de pandemia.

Diante de novas barreiras para a entrada no país, as agências de viagens, os hotéis e as companhias aéreas perdem importante receita, uma vez que quem vêm desses países são consumidores dos produtos e serviços vendidos pelas marcas nacionais.

Os números da Polícia Federal e do Ministério do Turismo mostram o reaquecimento da entrada de turistas no Brasil:

  • No ano de 2019, por exemplo, cerca de 6,4 milhões de estrangeiros vieram para cá.
  • Em 2020 e 2021, anos em que a crise sanitária tirou vidas e redefiniu a economia, foram 2,1 milhões e 700 mil, respectivamente.
  • Em 2022, esse cenário começou a mudar com a chegada de 3,6 milhões de pessoas de outros países.

A retomada, portanto, é atingida duramente pela decisão do Ministério das Relações Exteriores, comprometendo as previsões positivas de recuperação.

Desafios

Globalmente, são grandes os desafios de crescimento da indústria de viagens, especialmente a ampliação da oferta de assentos em voos internacionais, que requer um fluxo de saída e entrada de pessoas para manter operações saudáveis.

No caso do Brasil, ainda não atingimos o patamar de oferta de voos internacionais pré-crise. Além do longo trabalho de recuperação nos mercados emissores, temos o desafio de eliminar barreiras e construir um caminho acessível para que os estrangeiros nos visitem, tragam receitas e colaborem com nossa receita cambial.

Na força-tarefa setorial, a CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a Braztoa - Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, e outras entidades mostram, por meio de dados que o tema merece, uma reflexão mais profunda e mais ampla.

Em janeiro deste ano a Polícia Federal registrou a entrada de 868 mil turistas estrangeiros em todo o território nacional. O resultado foi inclusive considerado histórico na comparação com os últimos anos. Trata-se de um número 109% superior a dezembro de 2022.

Norte-americanos no Brasil

As projeções do Euromonitor para os próximos anos mostram a chegada anual de mais de 800 mil norte-americanos ao Brasil, com uma receita média por viagem de US$ 800.

Um dos argumentos para tornar menos simples a entrada das quatro nacionalidades é de que a isenção não surtiu efeitos dentro do país – algo discutível, levando-se em conta que a medida teve início em 2019 e foi seguida por um lockdown global a partir de 2020 por conta da Covid-19.

Portanto, o que se sugere do Ministério das Relações Exteriores é uma análise mais profunda do assunto, permitindo um tempo maior de análise dos resultados dos impactos negativos do retorno da exigência dos vistos a esses visitantes.

Pelas previsões e números deste início do ano, fica evidente que o setor está vivendo uma retomada.

O esperado é que o Brasil traga para a mesa formas de atrair estrangeiros e não que imponha políticas que dificultem a entrada de turistas internacionais.

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