
Sempre arrastando multidões, o festival de arte eletrônica mais conhecido de São Paulo invade novamente o Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista. A partir desta quarta-feira (5), o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que é realizado desde 2000, promove o que há de mais novo em poesias e estética da arte eletrônica no mundo, apresentando obras artísticas - muitas delas interativas - e que discutem o mundo real e tecnológico.
Para este ano, a curadoria escolheu discutir a interação entre as inteligências artificial e humana. Chamado de Singularidades Interativas, o tema é uma referência à hipótese de que a interação entre as inteligências artificial e humana levaria ao desenvolvimento de uma consciência simulada em que o “eu artificial” dialogaria com o “eu natural”.
“Hoje percebemos que muitas pessoas temem que a inteligência artificial tome conta do mundo. Mas, na verdade, o que a inteligência artificial precisa é de trabalhar junto com o ser humano. E quando essas duas forças cognitivas trabalham juntas, o poder de evolução e de produção aumenta muito. Então, aqui na exposição, temos algumas obras que já fazem uso de inteligência artificial. O artista cria esse sistema na máquina, mas é a interação do espectador que vai dar o conteúdo para essa obra”, disse Paula Perissinotto, curadora e organizadora do File.
“A inteligência artificial tem maior capacidade de processamento de dados e de organizar informações de um modo muito mais amplo que os humanos. Mas, por outro lado, ela não é regada de emoção, de criatividade e de sensibilidade. Então, quando se conectam essas duas coisas é que acontece a potência dessa relação”, afirma a cofundadora do projeto sobre o evento que apresenta obras produzidas por artistas de 39 países.