Sexta, 14 de Novembro de 2025
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MS se destaca entre os estados que mais geraram empregos no país: análise e entrevista exclusiva com Wilton Acosta

Com índice de desemprego entre os mais baixos do país, o Mato Grosso do Sul consolida-se como polo de geração de empregos — e o mérito da virada está mais no planejamento regional do que em ações do governo federal

14/11/2025 às 20h29 Atualizada em 14/11/2025 às 20h57
Por: WK Notícias
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 Foto Reproduçao
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A nova pesquisa do IBGE mostra que, embora o Brasil registre queda na taxa de desemprego, o comportamento do mercado de trabalho não é uniforme. Enquanto regiões ainda enfrentam dificuldade em recuperar postos formais, alguns estados têm se destacado de maneira consistente — e o Mato Grosso do Sul está entre eles.

Com índices de desocupação entre os mais baixos do país, o MS se consolida como um dos líderes nacionais na geração de empregos formais. Esse resultado, porém, não pode ser atribuído exclusivamente ao governo federal. O desempenho sul-mato-grossense decorre principalmente de políticas regionais bem estruturadas, investimentos privados contínuos, diversificação econômica e uma gestão estadual que, nas últimas duas administrações — Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel — consolidou um ambiente de negócios robusto e atrativo.

Para entender o que impulsiona esse resultado, WK Notícias entrevistou Wilton Acosta, ex-presidente da Fundação do Trabalho de MS (Funtrab) e ex-subsecretário de Atendimento ao Empregador e ao Trabalhador do Governo do Distrito Federal.

 A seguir, a entrevista completa:

ENTREVISTA

1. O IBGE acaba de divulgar que o Brasil registrou queda no desemprego e que alguns estados, como Mato Grosso do Sul, estão entre os que mais geraram emprego. Quais fatores estruturais explicam esse movimento nacional?

Wilton Acosta:

“Quando o IBGE aponta melhora na ocupação, precisamos observar três vetores simultâneos: o comportamento da economia, a reorganização das cadeias produtivas e as políticas públicas adotadas por cada estado. No plano nacional, houve um aumento das atividades industriais e de serviços, puxados pelo consumo interno e pelos investimentos logísticos e agroindustriais.

O agronegócio continua sendo um dos pilares, mas o setor de serviços foi o que mais abriu vagas nos últimos trimestres, especialmente em áreas como comércio, transportes, tecnologia e turismo. Outro ponto é o avanço das micro e pequenas empresas, responsáveis pela maior parte dos empregos formais no país.”

2. O Mato Grosso do Sul aparece novamente entre os estados com os menores índices de desocupação. O que diferencia o estado dos demais?

Wilton Acosta:

“O MS se tornou um estado com forte capacidade de geração de empregos porque conseguiu alinhar vocação econômica com planejamento. O agronegócio é a espinha dorsal, mas o fator determinante é a diversificação produtiva: celulose, etanol de milho, frigoríficos, bioenergia, logística, turismo e serviços.

Outro diferencial é a interiorização das oportunidades — não está tudo concentrado na capital. Cidades como Três Lagoas, Dourados, Chapadão, Maracaju e Rio Brilhante se tornaram polos econômicos relevantes.”

3. Em sua visão, quais políticas públicas foram decisivas para que o MS alcançasse esse desempenho no emprego?

Wilton Acosta:

“Três políticas públicas foram fundamentais:

Incentivos fiscais vinculados à geração de empregos;

Qualificação profissional integrada à demanda das empresas;

Desburocratização para abertura e ampliação de negócios.

Esse alinhamento permitiu que o MS se tornasse competitivo e previsível, atrativo para investidores nacionais e internacionais.”

4. Quais setores têm mais impulsionado a geração de empregos no estado?

Wilton Acosta:

“Os motores atuais são o agronegócio e a agroindústria, a indústria de celulose e papel, etanol de milho, logística e transportes, além do turismo e serviços. O grande mérito foi a diversificação, que deu estabilidade e ampliou o potencial de absorção de mão de obra.”

5. O senhor já comandou tanto a Fundação do Trabalho de MS quanto uma subsecretaria de Trabalho no Distrito Federal. O que um estado precisa para sustentar bons indices de emprego por muitos anos?

 Wilton Acosta:

“É fundamental manter três pilares: qualificação, previsibilidade e inovação. A formação precisa ser conectada às reais necessidades do mercado; as regras devem ser claras e duradouras; e o estado precisa investir em novas matrizes econômicas, como bioeconomia, tecnologia e energias limpas.”

6. Que potencialidades o MS ainda tem para explorar nos próximos anos?

Wilton Acosta:

“O estado tem potencial extraordinário em bioeconomia e sustentabilidade, turismo internacional e tecnologia aplicada ao agronegócio. Essas áreas podem transformar o MS em referência internacional nos próximos anos.”

7. Para finalizar esta primeira parte: quais medidas o estado não pode abrir mão para permanecer entre os líderes em geração de empregos?

 Wilton Acosta:

“Manter diálogo com o setor produtivo, investir de forma consistente na qualificação e garantir infraestrutura logística moderna. Esses pilares sustentam qualquer política de trabalho.”

 

A CONTRIBUIÇÃO DAS GESTÕES REINALDO AZAMBUJA E EDUARDO RIEDEL

As gestões dos ex-governadores Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel são apontadas como fundamentais para o ciclo positivo que o MS atravessa. Na sequência da entrevista, Wilton Acosta detalha o impacto dessas administrações.

8. Qual o impacto das gestões Azambuja e Riedel na geração de empregos no MS?

Wilton Acosta:

“As duas gestões tiveram papel determinante para transformar o MS em um dos estados mais competitivos do país. Criaram um ambiente de negócios estável, previsível e seguro para o investidor.

Os incentivos fiscais vinculados à geração de empregos, a modernização do licenciamento, a segurança jurídica e os investimentos em infraestrutura impulsionaram a instalação de indústrias estratégicas em diversas regiões do estado. Esse resultado não acontece por acaso; é planejamento.”

9. Muitos dizem que o MS vive um ciclo iniciado por Azambuja e aprofundado por Riedel. O senhor concorda?

Wilton Acosta:

“Sim, plenamente. Azambuja organizou o estado, atraiu grandes indústrias e iniciou a expansão logística. Riedel ampliou esse movimento com foco maior em inovação, tecnologia e sustentabilidade.

O MS vive um raro caso de continuidade administrativa — e isso é fundamental para que grandes projetos amadureçam e se traduzam em emprego e renda.”

10. Quais políticas específicas dessas gestões foram decisivas para colocar o MS no topo do ranking de emprego?

Wilton Acosta:

“Destaco três:

incentivo fiscal condicionado à geração de emprego real;

expansão logística (rodovias, energia, articulação ferroviária);

qualificação profissional integrada às demandas empresariais.

Essas ações consolidaram o estado como destino seguro para investimentos.”

11. Qual a marca da gestão Riedel na geração de empregos?

Wilton Acosta:

“A marca é a integração: integração de setores, de políticas, de secretarias. Riedel pensa o desenvolvimento de forma sistêmica.

Outro ponto é o foco na inovação e na economia verde, que abrirá espaço para uma nova geração de empregos qualificados.”

12. Se o estado mantiver esse modelo, qual o cenário para os próximos anos?

Wilton Acosta:

“Se houver continuidade, o MS pode se consolidar entre os três estados que mais geram empregos proporcionais no país. O ciclo está apenas começando.”

 

O Mato Grosso do Sul se consolida como exemplo de geração de empregos no país. Com políticas estratégicas e planejamento estadual, o estado prova que é possível transformar potencial em oportunidades reais, e o WK Notícias seguirá acompanhando de perto esse desempenho.

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