
A reforma administrativa prevista pelo governador Eduardo Riedel movimenta os bastidores e promete reorganizar a base aliada para o ciclo eleitoral de 2026. Longe de representar crise, o processo é tratado como estratégia de fortalecimento da gestão, garantindo que o governo mantenha alto desempenho em um ano decisivo.
A orientação de Riedel é clara: todos os secretários que pretendem disputar as eleições devem deixar o governo no início do ano.
A determinação abriu espaço para uma série de articulações internas e externas, impulsionando partidos e lideranças a reposicionarem suas forças dentro do Executivo.
Movimento Fato: Eduardo Rocha Deixa a Casa Civil e Walter Carneiro Assume
O movimento de desincompatibilização é o ponto central da reforma de 2025/2026. A principal mudança já foi concretizada:
Eduardo Rocha (MDB) foi exonerado da Secretaria de Estado da Casa Civil para se dedicar à sua pré-candidatura à Assembleia Legislativa em 2026.
A pasta de articulação política central agora é comandada por Walter Carneiro Júnior (PP), que era secretário-adjunto.
Além de Rocha, outros nomes estão cotados para deixar suas pastas dentro do prazo limite, em abril de 2026:
Marcelo Miranda (Setesc) - Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura
Jaime Verruck (Semadesc) - Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação
Com as saídas (consumadas ou previstas), abrem-se vagas estratégicas que são alvo de interesse dos partidos aliados, que buscam fortalecer suas estruturas para a próxima eleição.
Aliados Pressionam por Mais Espaços Após Saída do PT
A saída do PT da base governista abriu espaços importantes. Agora, partidos aliados intensificam a pressão para ampliar sua presença no governo, visando fortalecer suas estruturas para a próxima eleição.
A reforma, portanto, assume papel central na reorganização da base e na construção do arco político que sustentará a chapa governista.
Ascensão de Rose Modesto e a Especulação sobre a Vice
Mesmo articulando sua pré-candidatura à Câmara Federal, Rose Modesto é um dos nomes mais comentados no tabuleiro político. Pesquisas a colocam entre os nomes mais bem avaliados do Estado.
Internamente, sua força reacende especulações sobre uma possível composição como vice de Riedel, especialmente diante:
Do fraco desempenho da prefeita Adriane Lopes;
Da reconfiguração das forças políticas no Estado.
Rose aguarda um gesto mais expressivo do governador desde sua chegada ao grupo político.
Azambuja e Contar: A dupla que cimenta a base e isola Nelsinho
O nome que mais impacta a reorganização política do governo é o do ex-governador Reinaldo Azambuja, principal pré-candidato ao Senado Federal. Ele lidera as pesquisas em praticamente todos os cenários.
A grande jogada da base foi a formação de uma chapa forte dentro do PL, que deve lançar Azambuja e o recém-filiado Capitão Contar como a dupla majoritária ao Senado.
A confirmação da dupla Azambuja-Contar frustrou a expectativa do Senador Nelsinho Trad (PSD), que trabalhava nos bastidores para compor a chapa majoritária com Riedel e Reinaldo. Nelsinho, que já havia rejeitado o convite de filiação do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, viu a filiação de Contar como uma derrota, sinalizando agora uma possível aproximação com a chapa de oposição.
O Tabuleiro da Oposição: A contradição política de Nelsinho Trad
O cenário da oposição se redesenha com a provável candidatura de Fábio Trad (PT) ao Governo do Estado, somada às articulações de Simone Tebet (MDB).
A expectativa de Nelsinho Trad, de somar-se à chapa de seu irmão e Simone Tebet, coloca o senador em uma contramão política arriscada, afastando-se do campo conservador que historicamente o apoia para se aproximar de alianças progressistas.
Este movimento, gerado pelo isolamento na base governista, cimenta a polarização familiar como um tema central e imprevisível na disputa.
Reforma Vai Blindar a Gestão e Preparar o Terreno para 2026
Com boa avaliação popular e entregas consistentes, o governo Riedel vê a reforma como essencial para:
blindar a gestão em ano eleitoral;
ajustar o secretariado à nova realidade política;
acomodar as pressões da base;
preparar terreno para a disputa estadual;
fortalecer o projeto político de Azambuja ao Senado e a reeleição do Governador Riedel.
As mudanças são tratadas como movimentos naturais de um governo com alta aprovação e foco na eficiência administrativa.
O Que Vem Pela Frente?
A tendência é que o governo anuncie as mudanças de forma progressiva, equilibrando nomes técnicos e alinhamentos partidários. O processo definirá:
quem permanece;
quem deixa o governo (como os citados Jaime Verruck e Marcelo Miranda);
quais aliados serão recompensados;
e como Rose Modesto será posicionada no novo arranjo.
Uma coisa é certa: a reforma será a primeira grande jogada do governo no xadrez político de 2025.