
A Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nesta terça-feira (23) anunciando o arquivamento da investigação envolvendo o padre Júlio Lancellotti, alvo de acusações de fazer uma chamada de vídeo para se masturbar com um menor. O material foi enviado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil).
A Cúria Metropolitana do Estado, responsável por analisar o caso, afirmou manter a decisão de 2020, quando o mesmo vídeo foi analisado em uma denúncia feita pelo então candidato à prefeitura, Arthur do Val. Na ocasião, a Arquidiocese não encontrou indícios de crime, e a nota ressalta que, em caso de novos desdobramentos, o posicionamento será revisto.
Ao anunciar a decisão, a arquidiocese ignorou a perícia que atesta a veracidade do vídeo protagonizado por Júlio Lancellotti. Em 81 páginas, os peritos Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti analisaram o estado de conservação do vídeo, observaram cada frame dos filmes, realizaram os exames, prosopográficos (técnica que identifica características faciais), inspecionaram os áudios e comprovaram sua integridade.
O vídeo foi gravado por um adolescente de 16 anos em fevereiro de 2019. A cena inicial mostra uma tela de celular, com trocas de mensagens no WhatsApp. Depois, começa a videochamada e a câmara oscila entre as partes íntimas e o rosto do padre.
O padre Julio Lancellotti é alvo de acusações feitas pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor do requerimento de CPI para investigar ONGs no centro de São Paulo. Sete vereadores retiraram o apoio à CPI após descobrirem que Lancellotti era o principal alvo da comissão.