Sexta, 12 de Setembro de 2025

Governo Lula propõe pacote de "impostos do pecado" para aumentar arrecadação

Contudo, ainda não está claro se a implementação desse imposto resultará em um aumento da carga tributária em comparação com o sistema atual

25/04/2024 às 10h35
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O governo federal e os estados estão propondo a implementação do "imposto do pecado", também denominado imposto seletivo, que seria aplicado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos poluentes, e atividades de extração de minério de ferro, petróleo e gás natural. A proposta visa tributar mais pesadamente produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente em comparação com outros itens econômicos.

"O presente projeto estabelece os produtos sujeitos ao Imposto Seletivo e o método de tributação para cada categoria de produto. As alíquotas a serem aplicadas serão determinadas posteriormente por meio de legislação ordinária", afirma o texto do projeto.

Contudo, ainda não está claro se a implementação desse imposto resultará em um aumento da carga tributária em comparação com o sistema atual, que já impõe tributação elevada sobre esses produtos.

Para fornecer o contexto, a carga tributária atual sobre determinados produtos é a seguinte:

  • Vinho: cerca de 44% (nacional) e 58% (importados).
  • Vodka e uísque: 67%.
  • Cachaça: quase 82%.
  • Refrigerantes: cerca de 45%.

Além disso, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou que, em 2017, a carga tributária sobre os cigarros variou entre 69% e 83% do preço total. Por outro lado, a Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indica que a carga tributária sobre carros varia entre 37% e 44% do valor do automóvel.

Regulamentação

Na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária, aprovada e promulgada no ano passado pelo Legislativo, foram garantidos pontos importantes, como o fim da cumulatividade de tributos, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e eliminação de distorções na economia, como a inclusão do imposto “por dentro” nas notas fiscais.

Entretanto, alguns temas sensíveis ficaram pendentes para 2024, pois a PEC indicou a necessidade de regulamentação por meio de projetos de lei. O governo deu início ao envio desses projetos ao Legislativo nesta semana.

O projeto inicial de regulamentação da reforma tributária é abrangente, contendo aproximadamente 300 páginas, com 500 artigos e diversos anexos. Ademais, destina-se oito páginas exclusivamente à revogação das regras atuais que serão abolidas posteriormente.

Além desse projeto, estão previstos outros dois:

  1. Um aborda a transição na distribuição da receita para estados e municípios, incluindo questões relacionadas ao contencioso administrativo.
  2. O segundo trata das transferências de recursos para fundos de desenvolvimento regional e compensações de perdas dos estados.

O cronograma estipulado pelo Ministério da Fazenda prevê que a regulamentação da reforma tributária será implementada entre 2024 e 2025. Posteriormente, em 2026, está programada a transição dos impostos atuais para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), com um sistema de cobrança não cumulativa.

A expectativa do governo é que essa simplificação tributária resulte em maior produtividade e redução de custos tanto para os consumidores quanto para os produtores, o que poderá estimular o crescimento econômico.

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*Com informações Terra Brasil

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